Open investment trará novas oportunidades para investidores e instituições financeiras
Desafios do projeto foram tema de debate entre Luciane Effting, do Santander, e Patricia Herculano, da ANBIMA
A chegada do open investment, quarta etapa do projeto de open banking, trará novos produtos e serviços para os investidores e criará oportunidades para as instituições financeiras a partir do compartilhamento das informações dos clientes. Os impactos dessa mudança foram o tema de um dos painéis da segunda edição do Fórum Open Finance, em 31 de maio, com a participação de Luciane Effting, head de Distribuição de Produtos de Investimentos do Santander, e Patricia Herculano, nossa superintendente de Representação Institucional.
“A ANBIMA é uma forte entusiasta do projeto desde o início”, afirmou Patricia durante o painel. Ela explicou que foram organizadas discussões envolvendo mais de 20 instituições associadas, além da contratação de uma consultoria para analisar o andamento do tema em outros mercados. O resultado foi o envio ao Banco Central de uma proposta de escopo de produtos e serviços para o open investment, com sugestões construídas pelo mercado brasileiro, que foi aceita praticamente na íntegra pelo regulador.
+ Conheça a proposta da ANBIMA para o open investment
Para Luciane, que também é vice-presidente do nosso Fórum de Distribuição e participou das discussões sobre o tema na Associação, um ponto importante desse trabalho foi o alinhamento em relação aos produtos mais relevantes e quais informações deveriam ser incluídas. “O open investment só terá valor para o cliente se ele puder comparar as informações, e isso será possível com a padronização”, afirmou. Segundo ela, esta é uma pauta complexa, que requer investimentos em tecnologia e tempo para que as instituições se adaptem. Por outro lado, haverá a possibilidade de aprimorar a oferta de produtos financeiros para os clientes, com dados precisos e gerando recomendações mais adequadas ao perfil e à carteira de investimentos.
Outro desafio apontado pelas debatedoras foi a necessidade de mostrar aos clientes que o compartilhamento de informações do open investment tem segurança e sigilo garantidos, pois as movimentações serão feitas sempre com a autorização dos investidores e por meios seguros. “O projeto se beneficia da estrutura de segurança cibernética que já existe nos mercados financeiro e de capitais”, afirmou Patricia. Como ponto positivo, foi destacada a possibilidade de avançar a pauta da educação financeira, ampliando as informações aos investidores sobre os produtos mais adequados para seus objetivos.
A superintendente da ANBIMA também afirmou que esta é uma pauta que continua aberta na Associação, por meio da interlocução permanente com a governança do open finance para fornecer as contribuições do mercado. Já Luciane acredita que o foco das instituições deve ser na busca por maior transparência e na oferta de produtos financeiros com o olhar voltado ao cliente, sempre levando em conta os critérios de suitability, como o perfil de investimentos e o momento de vida.
O Fórum Open Finance, realizado pela Conceito Seminários de forma online e ao vivo, também promoveu discussões sobre perspectivas regulatórias e questões ligadas à inovação. Na ocasião, foram debatidas, ainda, as experiências das instituições financeiras na implementação das fases anteriores do projeto, bem como os entraves e as oportunidades identificadas.