Mercado de capitais bate recordes de emissões de renda fixa e variável em 2021
Volume total levantado pelas empresas no ano, de R$ 596 bilhões, é o maior da nossa série histórica
As ofertas das companhias brasileiras no mercado de capitais somaram R$ 596 bilhões em 2021, o maior resultado da nossa série histórica, iniciada em 2012. Tanto as emissões de renda fixa, quanto as de renda variável, apresentaram volumes recordes (em valores nominais), de R$ 467,9 bilhões e de R$ 128,1 bilhões, respectivamente.
“O balanço mostra que tivemos um ótimo ano para as captações das empresas. O grande destaque é a evolução do mercado como um todo. Não foi só uma classe de instrumentos que avançou, foram todas, na renda fixa e na variável”, afirma José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA.
Entre os instrumentos de renda variável, os IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) se destacaram no ano, com 46 operações que movimentaram R$ 63,6 bilhões. O volume é 46,9% maior do que o registrado em 2020 (R$ 43,5 bilhões), quando já havia sido verificada alta em relação aos períodos anteriores. Já os follow-ons (emissões subsequentes) somaram R$ 64,5 bilhões em 26 operações. Considerando o total de ofertas de ações no ano (R$ 128,1 bilhões), os fundos de investimento ficaram com a maior parte do valor levantado (48,4%), seguidos pelos investidores estrangeiros (35,5%), demais investidores institucionais (8,4%) e pelas pessoas físicas (6,7%).
Na renda fixa, as debêntures foram os principais instrumentos usados pelas empresas em 2021, com volume de R$ 253,4 bilhões, mais que o dobro do que o apurado em 2020, em 487 operações. A maioria das emissões teve os recursos destinados para capital de giro (33,3%) e refinanciamento de passivo (22%), com percentual relevante no investimento em infraestrutura, cuja participação subiu para 21,2% (contra 14% em 2020). As movimentações no mercado secundário de debêntures bateram recorde, com volume de R$ 216,2 bilhões no ano.
Os demais ativos de renda fixa também tiveram resultados expressivos no ano. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) levantaram R$ 85,3 bilhões (aumento de 125% sobre 2020). Entre os instrumentos de securitização, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) chegaram a R$ 34 bilhões, enquanto os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) atingiram R$ 23,1 bilhões – os resultados representam altas de 121% e de 52%, respectivamente, na comparação aos apurados em 2020.
Considerados produtos híbridos entre renda fixa e variável, os fundos imobiliários também bateram recorde de emissões em 2021. No ano, foram realizadas 330 operações, que somaram R$ 49,5 bilhões.
No mercado externo, ocorreram 36 operações ao longo do ano passado, totalizando US$ 28,1 bilhões. O resultado se divide em US$ 24,6 bilhões de ofertas de renda fixa e US$ 3,5 bilhões em renda variável.
Novidades no Boletim de Mercado de Capitais
A partir da próxima edição do Boletim de Mercado de Capitais, iniciaremos o acompanhamento das ofertas de Notas Comerciais e de Fiagro (Fundo de Investimento em Cadeias Agroindustriais). Lançados no ano passado, os instrumentos levantaram R$ 2,7 bilhões e R$ 1,2 bilhão, respectivamente, até dezembro de 2021.