Pesquisa que traça hábitos de poupança mostra que 8% das pessoas aplicaram em produtos financeiros no ano passado
No começo de 2018, 56% dos brasileiros declararam interesse em investir em produtos financeiros até o final do ano. No entanto, chegando em 2019, os números mostraram que a expectativa não correspondeu à realidade: apenas 8% da população conseguiu aplicar em produtos de investimento no período. Esse é um dos resultados da segunda edição da pesquisa Raio X do investidor brasileiro. O levantamento, feito anualmente com apoio do Datafolha, acompanha os hábitos, motivações e preocupações dos brasileiros quando o assunto é dinheiro.
“A pesquisa é parte dos nossos esforços para entender as razões da baixa poupança no Brasil. Estamos na segunda edição, mas a intenção é continuar repetindo essa pesquisa anualmente para que, com o passar do tempo, sejam geradas análises e tendências de comportamento aprofundadas, inclusive com indicadores sobre os hábitos de poupança dos brasileiros”, explica Ana Leoni, nossa superintendente de Educação e Informações Técnicas. Entre aqueles que não investiram no ano passado e não pretendem fazê-lo em 2019, o principal motivo alegado foi a condição financeira (56%).
“A desculpa da falta de dinheiro é verdadeira e não deve ser desprezada. No entanto, é preciso se conscientizar que ganhar mais nem sempre resolverá o problema. Na maioria dos casos, as pessoas adotam padrões de vida a partir de sua renda e não de suas reais necessidades. Dessa forma, a conta nunca fechará, mesmo que eventualmente ganhem mais”, afirma Ana.
Para 2019, aumentou o interesse das pessoas de investir
Ainda que as expectativas para 2018 não tenham sido cumpridas, para 2019 elas permanecem mais positivas: subiu de 56% para 64% o interesse daqueles que desejam investir. Esse número significa que, se a intenção se concretizar, cerca de 34 milhões de novos brasileiros entrarão no mercado financeiro. A pretensão está ligada ao otimismo em relação ao país, já que 74% da população acredita que a economia estará melhor neste ano na comparação com o anterior.
“Nos últimos anos, a conscientização das pessoas pelo assunto ‘dinheiro’ tem aumentado. Deixou de ser uma temática que era um tabu e virou um papo de mesa de bar, o que é extremamente positivo”, avalia Ana.
Poupança foi o produto preferido dos brasileiros
Entre os 8% que aplicaram em produtos financeiros em 2018, a poupança manteve a liderança: 88% guardaram dinheiro na caderneta. A aplicação é democrática: tem aderência entre pessoas de 25 e 59 anos. “O mercado tem o grande desafio de ajudar as pessoas a alocarem melhor seu dinheiro. A poupança pode ser uma porta de entrada para o mundo dos investimentos, mas não deve ser o único produto a ser considerado. Neste universo, há pessoas com diferentes perfis e objetivos e é preciso falar mais sobre como os demais investimentos disponíveis também precisam ser levados em conta”, opina Ana.
Com larga distância, o segundo investimento mais utilizado é a previdência privada, com 6%. Em terceiro lugar, estão os títulos privados, como debêntures, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), entre outros.,
Brasileiros querem liquidez, mas mantêm aplicações por quase de anos
Entre os 8% que aplicaram em produtos financeiros em 2018, a poupança manteve a liderança: 88% guardaram dinheiro na caderneta. A aplicação é democrática: tem aderência entre pessoas de 25 e 59 anos. “O mercado tem o grande desafio de ajudar as pessoas a alocarem melhor seu dinheiro. A poupança pode ser uma porta de entrada para o mundo dos investimentos, mas não deve ser o único produto a ser considerado. Neste universo, há pessoas com diferentes perfis e objetivos e é preciso falar mais sobre como os demais investimentos disponíveis também precisam ser levados em conta”, opina Ana. Com larga distância, o segundo investimento mais utilizado é a previdência privada, com 6%. Em terceiro lugar, estão os títulos privados, como debêntures, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), entre outros.
A pesquisa trouxe um importante achado: 77% das pessoas levam em consideração a liquidez de uma aplicação financeira – possibilidade de resgatar o valor a qualquer hora – ao investirem. No entanto, a maioria permanece com o dinheiro aplicado por, em média, nove anos. A aplicação que fica “parada” por mais tempo é a poupança, justamente um produto com possibilidade de resgate imediato. Os clientes mantêm os recursos na caderneta por, em média, 11 anos: 20% deles já estão com o dinheiro por lá há mais de 19 anos e 21% entre cinco e 10 anos.
“Os brasileiros privilegiam a liquidez, mas nem mesmo se beneficiam dela. É como se pagassem por canais de TV a cabo e só assistissem os da TV aberta. É importante ajudar as pessoas a entenderem os benefícios de cada tipo de investimento porque, às vezes, elas decidem por aquilo que não é adequado para suas reais necessidades”, afirma Ana.
Nos planos de previdência privada, criados com objetivos de longo prazo, o tempo de investimento é menor: o período médio é de sete anos, sendo que mais da metade (58%) dos investidores tem o produto por menos de cinco anos.
Também é de sete anos o prazo médio das aplicações em títulos privados. Os fundos de investimento e as ações são mantidos por seis anos, em média. Já os títulos públicos são utilizados por períodos mais curtos: três anos, em média.
Profissional do mercado: a estrela do mundo dos investimentos
A percepção encontrada na pesquisa anterior se repetiu nessa edição: a importância que os brasileiros dão à figura do profissional do mercado. Mesmo diante de uma grande transformação digital, ele permanece como peça central tanto para coleta de informações como na hora de aplicar. É a primeira opção para 42% das pessoas quando querem saber sobre investimentos. Na sequência, aparecem a ajuda de amigos, com 33%, e os sites de notícias, com 28%.
O panorama não muda quando decidem investir: 70% preferem ir presencialmente até o banco para fazê-lo. O aplicativo e o site da instituição financeira aparecem em segundo e terceiro lugares, com 29% e 14%, respectivamente.
“A digitalização do mercado financeiro continua sendo importante para a democratização do acesso aos produtos, no entanto, o contato presencial ainda tem força e papel essencial no processo de investir. Isso reforça a importância de envolver ativamente esse profissional nas estratégias das instituições como multiplicador de informação”, opina Ana.
Quem participou da pesquisa?
Foram entrevistadas 3.452 pessoas em 152 municípios de todo o Brasil, que representam cerca de 95 milhões de habitantes. Foram ouvidos moradores de norte a sul do país, englobando desde pequenas cidades com 8 mil habitantes até a maior metrópole do Brasil, com 12 milhões de habitantes. As entrevistas aconteceram entre os dias 5 e 14 de novembro de 2018, com pessoas com mais de 16 anos, das classes A, B e C, economicamente ativas, que vivem de renda ou aposentadas.
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