Para comemorar os 40 anos do Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), preparamos um documentário contando as histórias e os bastidores do período. O vídeo traz personagens importantes na trajetória do sistema, que é operacionalizado pelo Demab (Departamento de Operações do Mercado Aberto) do Banco Central com apoio da ANBIMA.

Confira o documentário sobre os 40 anos do Selic

Responsável pelo registro e pela liquidação dos títulos públicos do Tesouro Nacional, o Selic acompanhou quatro décadas da economia brasileira e ajudou a manter o equilíbrio em momentos críticos, especialmente nos planos econômicos criados para controlar a inflação.

Veja os grandes marcos das quatro décadas do sistema

O documentário traz histórias curiosas, como as dificuldades antes da criação do Selic, quando os títulos públicos ainda eram em papel. “Uma vez caiu uma LTN atrás da gaveta e a contabilidade não fechava à noite de jeito nenhum. O papel físico não batia com a custódia. As rotinas para controle eram exaustivas”, contou Selma Santos, assessora do Demab. Na época, todos os dias, às 11h30, os contínuos das instituições financeiras entregavam suas propostas dos leilões de compras de títulos públicos no Banco Central. “Têm histórias que são fatos reais e o pessoal pensa que é brincadeira, por exemplo, alguém gritar ‘Pega ladrão, pega ladrão’ e segurarem o contínuo com a proposta e ele não conseguir comprar os títulos públicos”, conta Ruben Galvão, ex-chefe da Dicel (Divisão de Administração do Selic).

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Outro caso emblemático foi quando o Selic teve suas operações pausadas por 15 dias por conta do confisco da poupança, em 1990, com o Plano Collor. Os computadores ficaram desligados pela primeira e única vez, enquanto as negociações esperavam definições do governo. Houve preocupação sobre os títulos que venceram durante este tempo. Eduardo Nakao, ex-chefe do Demab, comenta que todos chegaram a trabalhar cerca de 18h por dia no Banco Central para tentar resolver a situação.

O documentário também aborda a implementação do SPB (Sistema de Pagamentos Brasileiro), que revolucionou o mercado. Marcus Sucupira, chefe da Dicel (Divisão de Administração do Selic), conta que antes do SPB não havia proteção ao Selic, pois era permitido o saque a descoberto. “A mudança do SPB é que os sistemas operados pelo Banco Central teriam liquidação bruta em tempo real. A cada operação de compra e venda teria que ser feita a liquidação financeira, o vendedor teria que ter o dinheiro para fazer o pagamento naquele momento, senão a operação não era feita. E o Banco Central assumiria risco zero, mas o Selic não foi concebido para funcionar dessa forma até abril de 2002. O projeto para essa adaptação foi uma loucura”, explicou.

Essas e outras histórias são retratadas no documentário, que pode ser conferido em hotsite exclusivo sobre os 40 anos do Selic. A página também conta com matérias especiais e grandes marcos do sistema.