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Congresso: expansão do mercado de capitais pode gerar 12,1% de crescimento adicional no PIB per capita em cinco anos

Estudo apresentado pela ANBIMA e pela B3 é base para uma agenda capaz de acelerar o desenvolvimento das fontes privadas de financiamento de longo prazo

O crescimento do mercado de capitais pode estimular o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, adicionando 12,1% no PIB (Produto Interno Bruto) per capita em cinco anos. O resultado faz parte de estudo conduzido pela ANBIMA e pela B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, e que é apresentado hoje na primeira edição do Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais. Durante o painel “Mercado de Capitais: uma agenda para o Brasil”, às 15h, será anunciada ainda uma agenda de iniciativas traçadas em conjunto, com medidas de caráter micro e macroeconômicas capazes de contribuir para esse avanço.

Veja a íntegra do estudo e nossa agenda de propostas

O estudo mensura os impactos do fortalecimento do mercado de capitais sobre um conjunto de indicadores socioeconômicos. Com a adoção de medidas de incentivo, o mercado de capitais poderá atingir crescimento de, em média, de 12,2% em cinco anos. Isso significa que seriam gerados 1,7 milhão de empregos adicionais até 2022. O volume equivale a quase quatro vezes o número de vagas com carteira assinada criadas entre janeiro e julho de 2018.

O ganho para a renda per capita seria de R$ 4 mil adicionais: chegaria a R$ 38,8 mil em cinco anos, ou 21,1% maior do que os R$ 34,6 mil caso não haja expansão mais rápida do mercado de capitais. O volume total de investimentos no país seria 21% superior (alta de R$ 294 bilhões), e os aportes nos setores de eletricidade, saneamento, telecomunicações e transporte seriam 18,2% maiores (R$ 89 bilhões adicionais), caso o país consiga avançar na agenda de desenvolvimento do mercado.

Outro indicador medido pelo estudo é a arrecadação de impostos, que teria um incremento de 12,1%, o equivalente a R$ 1 trilhão acumulado nos próximos cinco anos. O valor é praticamente a metade da arrecadação registrada em 2017, que foi de R$ 2,1 trilhões.

Para que esses avanços sejam concretizados, o estudo prevê a necessidade de medidas de caráter micro e macroeconômicas. As propostas elaboradas pela ANBIMA e pela B3 apontam a necessidade de ajustes regulatórios e legais, além de iniciativas para simplificação e harmonização de regras.

“O desenvolvimento do mercado de capitais é a saída para os desafios de financiamento de longo prazo que temos atualmente. Ele é fundamental, junto às reformas estruturais, para que o país retome sua rota de crescimento”, afirma o superintendente-geral da ANBIMA, José Carlos Doherty.

“O mercado de capitais é fundamental para impulsionar o crescimento econômico do país, gerando emprego e renda para a sociedade, a partir das reformas necessárias que todos esperamos. Precisamos de mobilização e do compromisso com esta agenda positiva que apresentamos hoje, para que assim possamos alavancar o potencial de crescimento do mercado e do Brasil”, diz o presidente da B3, Gilson Finkelsztain.

Agenda de iniciativas

A agenda construída pela ANBIMA e pela B3 a partir dos resultados do estudo tem foco em cinco grandes objetivos: fomentar o financiamento de longo prazo, aumentar o volume de emissões, expandir a base de investidores, estimular a liquidez e contribuir à formação de poupança.

Para o fomento de longo prazo, as iniciativas têm base no aumento da segurança jurídica e no fortalecimento das agências reguladoras. A proposta também prevê a consolidação do BNDES como intermediário e parceiro do mercado de capitais e não mais como o principal provedor de recursos aos projetos privados.

Quanto ao aumento do volume de emissões e da quantidade de emissores, a agenda indica a necessidade de promover melhorias nos processos de ofertas. Uma das frentes é a busca por redução dos custos das operações e a outra é o aprimoramento e a agilidade no processo de colocação dos papéis no mercado.

Assim como é importante ampliar as emissões, também é indispensável a diversificação da base de investidores. Para isso, a sugestão é simplificar e harmonizar regras para atrair o investidor estrangeiro e facilitar a participação dos investidores institucionais (fundos de pensão e previdência complementar).

Para aumentar a liquidez do mercado, as propostas envolvem o fomento da transparência, com a disponibilização de mais e melhores informações aos agentes; o estímulo ao mercado secundário de dívida corporativa; e a ampliação da competitividade do Brasil no cenário global.

O último ponto englobado pelo pacote de medidas é o estímulo à formação de poupança. Neste quesito, é sugerido apoio a programas de educação financeira para todos os públicos.

O trabalho foi realizado em conjunto pelas equipes técnicas da ANBIMA e da B3, que contaram ainda com a colaboração de representantes de instituições associadas e profissionais do mercado. Duas consultorias também deram apoio à elaboração do estudo: a Accenture, que mensurou os benefícios do fortalecimento do mercado de capitais para a sociedade, e a Oliver Wyman, que assessorou a consolidação da agenda de iniciativas para o desenvolvimento do mercado.

 

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