Comitê Macroeconômico reduz estimativa para Selic a 5,75%
Grupo também diminuiu, pela quarta vez consecutiva, a projeção do PIB de 2019 para 0,8%
O nosso Comitê de Acompanhamento Macroeconômico revisou, pela primeira vez neste ano, a projeção para a Selic. Nas últimas reuniões (em fevereiro, março e maio), a indicação era de que os juros encerrassem 2019 em 6,5%. Desta vez, as estimativas caíram para 5,75%: a trajetória teria início em setembro, com corte de 6,5% para 6%, com nova queda em outubro, para 5,75%, e estabilização até o fim do ano. Para 2020, a mediana dos juros também foi reduzida de 7% para 6,5%.
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Quanto à inflação, o comitê avaliou que o quadro está mais favorável a partir da queda dos preços administrados, principalmente das tarifas de energia elétrica e gasolina. A estimativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi revisada de 4% para 3,8%.
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Atividade econômica
O grupo de economistas reduziu para 0,8% a projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2019. Este é o quarto corte consecutivo para o indicador: na última reunião do grupo de economistas, em maio, a estimativa havia caído de 2% para 1,5%.
“A desaceleração mundial, com países crescendo menos que o previsto, combinada com fatores domésticos, incluindo baixo dinamismo da demanda e a necessidade de uma política fiscal restritiva, tem resultado no quadro de baixo crescimento e revisões no PIB”, afirmou Fernando Honorato, presidente do comitê. “Na nossa percepção, os ajustes na previdência, somados a outras reformas, são um passo importante para a retomada do crescimento nos próximos trimestres”, concluiu.
Cenário externo e dólar
Pelo menos em relação à taxa de juros, o cenário externo deve ser favorável aos mercados emergentes. Nos Estados Unidos, o PIB cresce menos na comparação com o ano passado, abrindo espaço para apostas que indicam uma queda dos Fed Funds já para este ano, variando de uma a três reduções a partir de setembro.
O comitê da ANBIMA elevou a projeção do dólar para o final de 2019 de R$ 3,70, apontado na reunião anterior, para
R$ 3,80. Caso se concretize, o resultado representará valorização de 1,9% na moeda brasileira no ano.
Sobre o comitê
O Comitê de Acompanhamento Macroeconômico é composto por 25 economistas de instituições associadas. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.