Como fomentar a cultura de inovação nas organizações? Embora a resposta não seja simples, ela passa por construir um ambiente favorável à colaboração, a novas ideias e com apoio das lideranças. O assunto foi pauta de evento da Jornada de Inovação Aberta, realizado no dia 14 de junho. 

"Não existe uma resposta única, cada empresa vai adotar um conjunto de iniciativas e de regras para chegar a uma cultura que será uma mistura que funciona para aquele ecossistema. É essencial também você levar em conta o contexto que te envolve", analisa Andres Prado, analista de Inovação Pleno da Edenred, empresa de serviços de meios de pagamento, recomendando que as instituições não sigam fórmulas ou modelos para pensar a inovação.

Outro fator importante para estimular a cultura de experiência é o erro. Ainda que pareça paradoxal, isso é inerente a um ambiente propício para o novo. "Você faz, erra. Faz de novo, mas se a equipe não tem essa cultura, ela não consegue inovar. E aí ela fica fechada nesta cultura do acerto que foi imposta e que muitas empresas ainda têm hoje em dia", comenta Daniela Bossolani, Coordenadora de Cultura e Inovação da Torq, um hub de inovação da Sinqia.  

Desafios

Diferentes obstáculos podem surgir durante a construção desta cultura. Daniela lembrou que o tempo dedicado a cada projeto ou iniciativa faz uma diferença enorme na construção de um ambiente de inovação, o que envolve também estimular um espaço de escuta ativa. Ela conta que, na Torq, são aplicadas ferramentas como mentoria, desafios e delimitação de ações que permitem a conversão da inovação em serviços e produtos para o mercado financeiro. 

+ Assista ao evento na íntegra

Para ter resultados nesse processo, é essencial que as escolhas inovadoras sejam amparadas pelas lideranças. Andres comentou sobre uma das iniciativas da intraempreendedorismo na Edenred, o "Se vira nos 5", um desafio interno de inovação aberto a todos colaboradores, com premiação e compromisso de os finalistas desenvolverem o projeto. 

Gabriela Castro, gestora de Inovação Corporativa da Liga Ventures que mediou o bate-papo, destacou que é necessário driblar a aversão a riscos, algo presente em diversas empresas. "Líderes devem criar um ambiente de confiança em que as pessoas se sintam à vontade para compartilhar ideias e opiniões, mesmo as divergentes", completa Daniela.

"Uma forma simples de demonstrar valor é focar em coisas que vão trazer um resultado rápido, que são relativamente fáceis de implementar e que possam servir como um argumento para cada vez mais acrescentar coisas novas e novas iniciativas com olhar de longo prazo", comenta Andres, reforçando que é preciso incluir o olhar para a inovação no cotidiano. 

Quem pode inovar? 
É importante reforçar que não há donos ou colaboradores exclusivos para esse campo, o ideal é que todos participem de alguma forma do processo, eliminando barreiras para que diversas equipes contribuam, inclusive aquelas que parecem não ligadas diretamente à experimentação de novas tecnologias ou ferramentas. 

E é necessário não perder de vista que o fomento à cultura de inovação não é apenas sobre produtos ou serviços finais. "Talvez a inovação em serviços seja mais importante porque, se você não estiver funcionando adequadamente, não vai ter atrativo para sua inovação. Mas se olhar para processos do dia a dia, vai trazer uma agilidade maior, fazer até mais diferença do que faria se procurasse o maior e melhor produto em um momento do mercado", resumiu Andres. 

Daniela acrescentou que é necessário ter um olhar pragmático para as diferentes inovações. "Não tem uma que é mais importante que a outra. A gente tem os horizontes de inovação, com algumas empresas que acabam olhando mais, outras que focam a inovação em processos específicos, mas o importante é que se trabalhe em paralelo", aconselha.  

Nesse processo, escolher um framework (uma referência prática para criar um programa nas organizações) para começar a inovar na instituição pode ser um desafio "É necessário se perguntar: quais são as minhas necessidades? E aí vou atrás das metodologias que vão me ajudar naquilo, não é para ser engessado, é pensado para facilitar ou atingir um objetivo", avaliou Andres. 

Sobre a Jornada de Inovação Aberta

A Jornada é parte da Rede ANBIMA de Inovação e integra a agenda estruturante do ANBIMA em Ação, conjunto de prioridades que elegemos para o biênio 2023/2024. Segundo Marcelo Billi, nosso superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação, os encontros da jornada atendem uma demanda dos associados. “Em nossas pesquisas, recebemos pedidos para que a ANBIMA, como entidade que representa os mercados financeiro e de capitais, ajude na aproximação com o ecossistema de inovação, sobretudo para as pequenas e médias instituições, que por vezes não têm áreas de inovação. Esses eventos são uma forma de encarar esse desafio”, contou.

A jornada é uma série de eventos online e gratuitos para disseminar conteúdo sobre o assunto e apoiar a transição das instituições do mercado em relação às novas tecnologias, players e modelos de negócios. Os encontros começaram no dia 12 de abril e terminam em 4 de julho no formato de showcases (painéis com especialistas para discussões voltadas às boas práticas de gestão de inovação aberta) e de pitch days (apresentação de startups em sinergia com desafios das instituições do mercado de capitais). Assista à gravação dos encontros anteriores aqui.

Garanta sua inscrição para o próximo e último debate:
04/07, às 10h – Pitchday: soluções de blockchain e inteligência artificial em investimentos
Inscreva-se!

Conheça o ANBIMA em Ação
ANBIMA em Ação é o conjunto das principais iniciativas da Associação para este e o próximo ano. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, instituições parceiras, reguladores e lideranças da ANBIMA e resultou em três grandes agendas de trabalho: Agenda de Desenvolvimento de Mercado, Agenda de Serviços e Agenda Estruturante. Confira cada uma aqui.