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Agenda ANBIMA para indústria de gestão de recursos responde tendências internacionais

Estudo mostra impactos que fortalecimento do setor teria nos principais indicadores socioeconômicos brasileiros e também traz pauta de iniciativas da Associação para estimular esse mercado

O aumento da base de ativos da economia brasileira e o fortalecimento da indústria de gestão de recursos teria impactos diretos no PIB, na geração de empregos e na arrecadação de impostos, de acordo com um estudo elaborado pela ANBIMA. O documento foi lançado na abertura do 10º Congresso de Fundos de Investimento nesta quarta-feira, 24, em São Paulo, e traz uma agenda da Associação com ações para incentivar o setor.

+ Baixe o documento na íntegra - Gestão de recursos: uma agenda para o desenvolvimento 

Com a manutenção do cenário econômico atual e a aprovação da reforma da previdência, o desenvolvimento da gestão de investimentos levaria a um acréscimo de 1,36% ao PIB, o que equivale a um ganho anual de 0,27%, nos próximos cinco anos. Com isso, no mesmo período, seriam gerados mais de 402 mil empregos adicionais e haveria um incremento de 1,52% na arrecadação de impostos. Para alcançar esses números, o levantamento buscou as tendências dos principais mercados internacionais que devem ser seguidas no cenário brasileiro: a migração das aplicações para ativos de maior valor agregado; o protagonismo dos investidores na tomada de decisão; a busca dos clientes por um relacionamento mais independente e digital com as instituições; o suitability como diferencial competitivo; e a adoção de novas tecnologias para melhorar a eficiência. Três dessas tendências foram discutidas em mesa-redonda no evento hoje.


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José Carlos Doherty, superintendente-geral da ANBIMA, e Diretoria comentaram tendências para a indústria de gestão de recursos (da esq. para a dir.:  Carlos André, Pedro Rudge e Ricardo Almeida)

Migração de produtos

“O pano de fundo da indústria é um ambiente macroeconômico de baixa taxa de juros – no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos –, o que estimula a migração das carteiras para ativos de maior valor agregado”, explicou José Carlos Doherty, superintendente-geral da ANBIMA. Quando a taxa Selic estava em alta, havia uma predominância na escolha de títulos públicos, que garantiam alto retorno, liquidez diária e baixo risco. Agora, o investidor tem que assumir mais risco, de acordo com seu perfil e necessidade, na busca por alternativas que mantenham ou superem o nível de rentabilidade de antes. 

É o que mostra o estudo, com a expectativa de crescimento da busca de ações e títulos privados. “Desde 2017, vivenciamos uma experiência de um fluxo de recursos bastante representativo para fundos de ações e multimercados, que antes recebiam menos aportes que a renda fixa tradicional”, contou Carlos André, da BB DTVM e vice-presidente da Associação.

Esse movimento leva os gestores a repensarem suas estratégias para manter a capacidade de absorver recursos – e a alocação em outros mercados é um dos caminhos. “A internacionalização é uma tendência e uma necessidade, sem sombra de dúvidas”, acrescentou Pedro Rudge, da Leblon Equities e diretor da ANBIMA. Ele reforçou que, para isso, é preciso pensar em simplificação das normas da regulação e flexibilização de limites de alocação dos recursos.

Outra discussão é o aprimoramento dos veículos atuais de investimento. Quando se compara a estrutura dos fundos brasileiros com a dos condomínios de investimento nos Estados Unidos e em Luxemburgo, por exemplo, encontram-se aspectos que poderiam ser incorporados à realidade brasileira, como a limitação de responsabilidade dos agentes do mercado e o aumento da segurança jurídica.

Isonomia tributária também é uma preocupação, conforme pontuou Ricardo Almeida, da Bradesco Asset Management e vice-presidente da ANBIMA: “ela é necessária para que não se crie predileção por uma classe de ativos, nem uma distorção na demanda pelos produtos”, explicou.

Protagonismo do investidor e relacionamento com clientes

Outra grande tendência identificada pelo estudo é que o investidor está assumindo uma postura mais autônoma e tomando a frente na hora de decidir seus aportes. Diante disso, surgem novos desafios: um deles é o de engajar o mercado em investimentos com propósito, oferecendo produtos que considerem aspectos ASG (ambientais, sociais e de governança) no processo de avaliação da carteira.

Também é preciso melhorar a comunicação com o investidor, propiciando as ferramentas necessárias para que ele tome decisões com consciência. As plataformas digitais ampliaram a distribuição de produtos, aumentando o alcance do público de varejo a investimentos e reforçando a necessidade de uma nova forma de se comunicar. “Cresce o desafio de encontrar uma linguagem mais fácil, direta e, até certo ponto, educacional. Não é da nossa cultura ter educação financeira desde a infância, até porque o ambiente macroeconômico do país não nos forçava a isso, com os investimentos em renda fixa atendendo à demanda dos poupadores por retorno”, relembrou Rudge. É necessário um canal aberto, utilizando as mídias digitais, para que os investidores se comuniquem de forma rápida e acessível, construindo uma proximidade com esse público.

A carência de informações sobre investimentos, inclusive, resultou no crescimento de profissionais fora do mercado falando sobre o assunto, como diversos canais no Youtube. Esse movimento traz o assunto à tona, mas pode acarretar problemas quando há disseminação de informações erradas que alcançam um grande público. Para Carlos André, essa é mais uma evidência de quanto a indústria precisa aprimorar a comunicação. “Há um espaço para oferecer um serviço de informação que, via de regra, não tem sido ocupado pelas próprias instituições”, explicou. “Está claro que a comunicação não está na lâmina de um produto, mas sim nas mídias digitais. Existe uma oportunidade para chegar aos investidores de forma mais direta e conectada”, acrescentou.

Mesmo que o mundo dos investimentos esteja cada vez mais online, é consenso que não se pode abrir mão do contato presencial. Pesquisa da ANBIMA, que traçou o raio X do investidor brasileiro, mostrou que 41% dos investidores buscam informações sobre produtos presencialmente com o gerente do banco ou o consultor. “Por mais digital que tenha se tornado, ainda tem a necessidade do aconselhamento pessoal”, opinou Doherty.

 

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