Introdução
Esta é a edição revisada da Agenda ANBIMA e B3 para Desenvolvimento do Mercado de Capitais. A primeira versão foi lançada em 2018 a partir do esforço da ANBIMA e da B3 para consolidar um conjunto de propostas capazes de estimular o crescimento dos mercados de renda fixa a variável.
Dois anos depois, nos juntamos mais uma vez para atualizar o documento, que lista iniciativas de caráter microeconômico, assim como sugestões de ajustes regulatórios que podem contribuir para a expansão dos instrumentos privados de financiamento de longo prazo. Para ler o material na íntegra clique aqui.
Contexto
O desempenho recente do mercado de capitais revela o potencial do segmento para atender às necessidades de financiamento da nossa economia e de alocação de poupança do investidor brasileiro. O setor vinha em uma espiral crescente nos últimos anos, sofreu uma forte desaceleração com a paralisia decorrente da pandemia de Covid-19, recuperando-se na sequência.
Mesmo em um cenário de crise, o mercado de capitais mostrou-se apto a atender às necessidades de empresas e investidores. As condições para isso foram dadas por um conjunto de fatores que ganhou força principalmente a partir de 2017, com a menor participação do BNDES no financiamento de longo prazo. Combinado com o ciclo de redução da taxa de juros e início das reformas estruturais, o movimento ajudou a criar um ambiente mais favorável às emissões de valores mobiliários.
O aumento das emissões ocorreu em uma conjuntura de crescimento tímido da economia brasileira – média de 1% ao ano entre 2017 e 2019. Isso sugere que o mercado tem potencial para uma expansão maior em um cenário de aceleração no ritmo da atividade econômica.
Desafios
A consolidação do mercado de capitais como fonte de recursos para o financiamento privado passa necessariamente por quatro grandes desafios. É preciso diversificar a base de investidores, criando mecanismos de atração ao capital estrangeiro, aos investidores institucionais e à pessoa física. É urgente ampliar a base de empresas que recorrem ao mercado de capitas brasileiro para se financiar. Sem isso, não há como garantir ativos com diferentes perfis para atender à necessidade dos investidores. Também é necessário impulsionar o mercado secundário de títulos de renda fixa, sem o qual não existe liquidez, condição que dá confiança ao investidor para a aquisição de determinado ativo. E é preciso fomentar novos setores para o mercado de securitização, hoje fortemente concentrado nos segmentos imobiliário e de agronegócio.
Agenda
A Agenda ANBIMA e B3 consolida medidas de estímulo ao mercado de capitais, divididas pelos quatro grandes pilares que a ANBIMA e a B3 consideram estratégicos: investidores, emissores, mercado secundário, e de securitização.
A estrutura da agenda destaca os pontos nos quais já houve avanços, as iniciativas em curso ou que ainda precisam ser adotadas, e potenciais oportunidades para desenvolvimento.