Congresso 2020: BNDES muda estratégia e concentra esforços nas MPMEs
Socorro dedicado aos micros, pequenos e médios empresários foi uma decisão nova para o banco de fomento e contribuiu com R$ 92 bilhões em estímulosNa hora de prestar socorro e amenizar os impactos da pandemia no mercado, o BNDES tomou uma decisão historicamente diferente, reforçando seu papel como banco de serviços. “Pegamos nossos esforços, energia e dinheiro para salvar o micro, pequeno e médio empresário que não tem liquidez e tem mais dificuldade no canal bancário. Eles carregam o Brasil nas costas”, conta Gustavo Montezano, presidente do BNDES, no Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais, evento organizado pela ANBIMA e pela B3, nesta sexta-feira (27).
Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA, lembra da atuação passada do banco. “Em outros episódios de crise, o BNDES era chamado para salvar empresas. Desta vez, o banco teve atuação cirúrgica”, avalia.
Enquanto isso, as grandes empresas recorreram ao mercado de capitais na hora de buscar recursos financeiros por meio de emissões de ações, por exemplo, transformando 2020 em um ano com bom desempenho a despeito da crise. “2020 foi planejado para ser um belo ano para o mercado de capitais. Quando a sociedade percebeu que teríamos vida pós-pandemia, conseguimos concluir um ano que já era esperado e planejado a despeito desta situação inóspita que vivemos”, afirma Montezano.
Fatores externos contribuíram para os bons resultados, como os juros mais baixos, a continuação do alívio monetário, o estímulo fiscal nas pequenas empresas, estados e municípios e a migração do capital privado da renda fixa para a variável.
O Fundo Garantidor de Crédito teve importante atuação. “Esse fundo, até o fim de novembro, terá originado R$ 92 bilhões para pequenos e médios empresários no Brasil e algumas poucas grandes empresas. O mercado de MPME é da ordem de R$ 600 bilhões, ou seja, contribuiremos com 15% do mercado em apenas cinco meses”, conta.
Sustentabilidade
Outro produto criado pela instituição financeira neste ano foi a letra financeira verde. O banco emitiu R$ 1 bilhão, com lançamento no mercado doméstico brasileiro, com vencimento de dois anos. “Vamos ajudar o Brasil a desbravar as fronteiras das finanças verdes”, afirma o presidente do BNDES. A sustentabilidade está na pauta do banco e Montezano fez um chamado para a sociedade: “todos são convidados a participar dessa agenda. Cada um toma decisões em sua empresa e é um agente de transformação. Quer coisa mais divertida do que fazer o que somos apaixonados e mudar o Brasil?”, finaliza.