A rentabilidade dos títulos públicos voltou a recuar em agosto, após a recuperação verificada em julho. De acordo com o boletim de Renda Fixa da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o IMA-Geral (Índice de Mercado ANBIMA), que reflete os títulos públicos em mercado, teve queda de 0,21% em agosto, frente a alta de 1,41% no mês anterior (o desempenho havia sido o melhor do ano desde janeiro). A desvalorização do real, a partir do cenário externo volátil (principalmente com as crises econômicas na Argentina e na Turquia) e as incertezas com a eleição presidencial local, contribuíram para o resultado.

Os papéis de prazos mais longos foram os principais afetados, como aqueles refletidos pelo IRF-M1+, subíndice que mostra a variação dos títulos prefixados com prazo acima de um ano: a queda foi de 1,47% em agosto. O IMA-B5+, que espelha a carteira de NTN-Bs acima de cinco anos, caiu 0,52% no mês. “O nível de volatilidade desses subíndices no terceiro trimestre foi maior do que nos dois primeiros trimestres do ano, e superou, inclusive, o verificado em maio, quando houve a greve dos caminhoneiros”, afirma Hilton Notini, gerente de Preços e Índices da ANBIMA.

Os títulos de curto prazo registraram as melhores performances de agosto. O destaque é para o IMA-S, que acompanha as LFTs em mercado, que apresentou alta de 0,57% no mês. “O resultado mostra que os investidores estão mais cautelosos no atual período de incertezas, optando por papeis com duração menor”, diz Hilton. O IRF-M1, que indica a variação dos prefixados com prazo de até um ano, e o IMA-B5, que expressa a carteira de NTN-Bs de até cinco anos, apresentaram no mês rentabilidades de 0,44% e de -0,26%, respectivamente.

Títulos corporativos
Todos os subíndices que fazem parte do IDA (Índice de Debêntures ANBIMA), que reflete a performance dos títulos corporativos, registraram altas em agosto. O IDA-Geral teve retorno de 0,49% no mês. Seguindo a mesma tendência verificada nos títulos públicos, o IDA-DI, subíndice que reúne papeis com prazos menores e de reduzida exposição ao risco de mercado, teve a melhor rentabilidade do período: 0,66%.

Confira o boletim completo no site da ANBIMA.