ANBIMA Summit: complexidade da economia brasileira abre espaço para desenvolvimento dos investimentos alternativos
Com queda dos juros, investidor entende que pode ter retorno maior e está em busca disso, dizem especialistasA queda da taxa de juros brasileira nos últimos anos abre um leque de oportunidades de investimentos que vão muito além dos tradicionais títulos públicos ou dos fundos de renda fixa, de ações ou multimercados. Com a complexidade da economia brasileira, que tem suas atividades em diversos setores, o campo de desenvolvimento dos investimentos alternativos é muito amplo.
O corte de juro “é como se tivessem cortado o mato, e o investidor passasse a ter chance de olhar alternativas. Antes o CDI alto era uma força gravitacional muito forte que não deixava que ele olhasse no prazo mais longo ou para fora do Brasil”, afirmou George Wachsmann, sócio-fundador da Vitreo, durante o ANBIMA Summit.
Nos últimos anos, o desenvolvimento tecnológico permitiu a entrada de novos agentes e a oferta de diferentes produtos e serviços. Com a redução dos juros, o investidor passou a buscar maior diversificação em suas estratégias de alocação para garantir proteção e crescimento do patrimônio.
“O investidor entende que pode ter uma rentabilidade maior e está em busca disso”, comentou Margot Greenman, sócia e CEO da Captalys. “Surgiram novas tecnologias e novos negócios que buscaram trazer esses investidores para dentro do mercado de investimentos. E, dentro deste mercado, o de fundos alternativos”.
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À medida que novos fundos são lançados e o mercado e os investidores se familiarizam com o leque mais amplo de ativos, a versatilidade ganha tração. Além dos segmentos, que vão de cannabis a games e ativos de recuperação judicial, há uma ampliação também dos tipos de mercados. Dentre os fundos alternativos, investidores já têm diversas opções, como os fundos imobiliários, de infraestrutura, FIPs, fundos de crédito privado e recebíveis (como FIDCs), fundos negociados em bolsa (ETFs) e Fiagros.
Ao buscar retornos mais elevados neste tipo de fundos, é preciso que o investidor tenha clareza das características de cada um. Os fundos de private equity, por exemplo, podem oferecer retornos mais agressivos, mas têm prazos mais longos, risco maior e menor liquidez. Os investimentos levam de três a cinco anos e o desinvestimento de quatro até seis anos, a depender da velocidade com que os gestores encontram compradores para os ativos.
“Existe hoje o entendimento que em uma carteira de longo prazo, obviamente adequando esse portfolio ao tipo de investidor, sua necessidade de liquidez e nível de risco que ele quer correr, a penetração dos investimentos alternativos e de private equity e venture capital é uma realidade crescente”, comentou Alessandro Horta, sócio e CEO da Vinci Partners.