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2024#29 A IA que vale US$ 9 trilhões
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2024

#29 A IA que vale US$ 9 trilhões

A inovação tecnológica pode destravar US$ 10 trilhões em capital natural

Imagem ilustrativa com um teclado de computador colocando em evidência uma tecla verde com uma planta

Imagem: Canva 

Um novo relatório produzido pelo Uplink, divisão de inovação aberta do Fórum Econômico Mundial, com o título de Investing in Natural Capital: Innovations Supporting Much-Needed Financing for Natur, destaca que o custo da perda de biodiversidade pode custar trilhões de dólares por ano, com um déficit de financiamento para biodiversidade estimado em US$ 711 bilhões anualmente. 

O estudo mira na importância das startups nature tech que, segundo os pesquisadores, têm potencial para destravar todo um ecossistema de bioeconomia. Essas startups aplicam tecnologias emergentes para resolver problemas relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade. Elas operam em diversas áreas, incluindo monitoramento ambiental, agricultura sustentável, gestão de recursos hídricos, e restauração de ecossistemas, lançando mão de tecnologias disruptivas, como IA e blockchain.

Com o apoio adequado, aponta o relatório, as nature techs podem desempenhar um papel crucial na transição para uma economia que valoriza e protege o capital natural, viabilizando mais de 60 modelos de negócios que podem gerar US$ 10,1 trilhões adicionais até 2030 e criar 400 milhões de empregos no futuro.

O estudo identifica a importância de criar um modelo chamado de "New Nature Investor Nexus", que inclui uma abordagem transformadora para o investimento em capital natural, integrando diferentes tipos de investidores, inovações tecnológicas e novos modelos de negócios. Essa abordagem pode reverter a degradação ambiental e promover a conservação dos ecossistemas, criando condições para que o capital natural seja valorizado e financiado de maneira eficaz. 

O Nexus envolve uma ampla gama de investidores, incluindo gestores de ativos tradicionais, investidores institucionais, fundos de capital de risco, investidores de impacto, entidades filantrópicas, bancos de desenvolvimento e entidades de fomento governamentais e intergovernamentais (confira o gráfico).

Gráfico com fundo cinza e quadros com logotipos de diferentes fundos de investimento e empresas de fomento dos setores público e privado. O título da imagem é New Nature Investor Nexus

Fonte: Fórum Econômico Mundial 

O New Nature Investor Nexus tem o potencial de transformar o investimento em capital natural ao aumentar a conscientização sobre a importância da bioeconomia. Ele também abrange modelos de negócios inovadores que integram a conservação da natureza nas suas operações. Exemplos incluem agricultura regenerativa e ecoturismo, que não apenas geram receita, mas também incentivam práticas que beneficiam o meio ambiente.

O desenvolvimento de novos instrumentos financeiros, como créditos de biodiversidade e empresas de ativos naturais (NACs), está criando mercados que valorizam serviços ecossistêmicos que antes não eram contabilizados. Esses instrumentos oferecem oportunidades atraentes para investidores que buscam alinhar retorno financeiro com impacto positivo no meio ambiente.

Um olhar para as nature techs

As startups nature tech emergem como uma força inovadora no cenário do capital natural. Essas empresas utilizam tecnologias avançadas para abordar desafios ambientais e criar novas oportunidades de investimento. Algumas das atividades de destaque são:
 

  • Análise de dados ecológicos: algoritmos de IA são utilizados para analisar dados complexos sobre ecossistemas, permitindo a previsão de mudanças ambientais e a otimização de estratégias de conservação. Isso ajuda a identificar áreas críticas que precisam de proteção ou restauração. Exemplo: a startup brasileira Bioverse, que utiliza IA e monitoramento com drones e satélites para serviços de inteligência florestal na Bacia Amazônica e outros biomas tropicais.
     
  • Créditos de biodiversidade: o blockchain está sendo explorado para criar mercados de créditos de biodiversidade, onde empresas podem comprar créditos para compensar seu impacto ambiental, incentivando assim investimentos em projetos que restauram ou protegem ecossistemas.
     
  • Monitoramento em tempo real: tecnologias de sensores IoT (internet das coisas) e imagens de satélite, combinadas com IA, permitem o monitoramento em tempo real de atividades como desmatamento e poluição. Isso possibilita intervenções rápidas e informadas para mitigar danos ao ambiente. Exemplo: projeto da The Nature Conservancy que utiliza uma rede de captura de dados com satélites para monitorar bancos de coral no Caribe.
     
  • Contratos inteligentes: o uso de contratos inteligentes em blockchain pode automatizar transações relacionadas a iniciativas de conservação, garantindo que os fundos sejam liberados apenas quando determinadas condições ambientais forem atendidas.
     
  • Aprimoramento da tomada de decisão: a IA pode ajudar na modelagem de cenários futuros, permitindo que os gestores ambientais tomem decisões baseadas em dados robustos sobre o estado dos recursos naturais. Exemplo: aliança global entre ERM, Salesforce, NatureMetrics e Planet para criar métricas para empresas medirem e gerenciarem seu impacto na biodiverisidade
     
  • Transparência e rastreabilidade: a tecnologia blockchain é utilizada para garantir a transparência nas cadeias de suprimento, permitindo que consumidores e investidores verifiquem se os produtos são obtidos de maneira sustentável. Isso é crucial para combater práticas ilegais, como a exploração insustentável de recursos naturais. Exemplo: a startup brasileira Green Plat, que utiliza blockchain para rastreamento de processos e cadeias produtivas.

Os volumes de investimento de capital de risco no setor de nature tech estão aumentando, mas ainda em volume menor do que o que é investido em outras categorias sustentáveis, como climate techs. 

Segundo dados da ONG Nature Tech Collective, nos últimos cinco anos as nature techs receberam um total de US$ 7,5 bilhões em capital de risco, sendo US$ 1,6 bilhão em recursos em 2023. Em comparação, as climate techs, startups focadas em soluções de energia limpa e renovável e captura e armazenamento de carbono, receberam US$ 41 bilhões no mesmo ano, segundo a ONG. 

Para manter a perspectiva sobre o problema, é importante lembrar que, segundo o Fórum Econômico Mundial, a economia positiva para a natureza precisa de US$ 2,7 trilhões em investimentos de capital todos os anos até 2030. Daí a importância desse novo nexus.

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Sinais de fumaça no horizonte…