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2023#06: A COP das finanças
Regulação Internacional

2023

#06: A COP das finanças

A COP das finanças

Menos risco para o capital privado

Fotografia da apresentação do governo brasileiro na COP. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, está em pé em frente a um púlpito, e outros políticos do governo estão sentados olhando para ele.

FOTO: Frame/COP28/United Nations Climate Change

A partir do ano que vem, o Ministério da Fazenda e o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) deverão colocar em funcionamento uma plataforma de soluções financeiras cujo objetivo é reduzir o risco cambial para o financiamento climático. Anunciada na última sexta-feira (1), a iniciativa faz parte do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, que busca mobilizar coberturas de até US$ 3,4 bilhões.

Um dos pilares do Plano é o estímulo de investimento estrangeiro direto, principalmente de longo prazo. Nesse contexto, um dos entraves históricos em economias emergentes e em desenvolvimento é o risco cambial associado aos investimentos e a fluxos financeiros internacionais. 
 

A plataforma terá três dimensões: 

  • swaps totais
  • linhas de créditos para liquidez de investimentos em moeda estrangeira em caso de eventos de desvalorização cambial 
  • mecanismos de cobertura de “riscos de cauda” para desvalorizações extremas. 

O mecanismo estará disponível para investimentos em adaptação e mitigação ambiental, reflorestamento, infraestrutura resiliente a tempestades em cidades, transição energética, hidrogênio verde e agricultura de baixo carbono.

O Brasil também apresentou o projeto preliminar do Fundo Floresta Tropical para Sempre, que se propõe a investir R$ 250 bilhões em 80 países com as maiores áreas tropicais do planeta. O fundo deverá remunerar os cotistas com juros de mercado equivalentes a de um título soberano de nação desenvolvida, classificados como de baixo risco (AAA).
 

Presença emblemática

Fotografia do painel de lançamento do Plano de Transformação Ecológica, com participação de Ilan Goldfajn.

FOTO: Divulgação/BID

O lançamento do Plano de Transformação Ecológica contou com a participação do presidente do BID, Ilan Goldfajn, que comandou o Banco Central do Brasil de 2016 a 2019. A presença foi emblemática, uma vez que Goldfajn estará à frente dos Grupos de Chefes de BMDs (Bancos Multilaterais de Desenvolvimento) a partir do ano que vem. O mandato de Goldfajn coincidirá com a presidência do Brasil no G20, que planeja uma reforma da arquitetura financeira global, de modo que inclua a agenda climática nas operações multilaterais.
 

Durante a COP28, Ilan declarou que uma de suas prioridades no novo cargo será “fazer com que os BMDs funcionem melhor como sistema, por meio da harmonização dos nossos padrões e processos e da coordenação continuada em projetos climáticos e dedicados à natureza”.
 

O BID anunciou, durante a conferência, que vai triplicar o financiamento climático direto e mobilizado para a América Latina e o Caribe para US$ 150 bilhões ao longo da próxima década. O plano inclui a recapitalização antecipada do seu braço para o setor privado, o BID Invest.

Força-tarefa multilateral

Oito organizações internacionais e instituições financeiras de desenvolvimento anunciaram na COP28 a criação de uma força-tarefa para impulsionar soluções dedicadas a ampliar o financiamento soberano sustentável ligado ao clima e à natureza. O grupo será liderado pelo BID e pela AFD (Agence Française de Développement), que vêm desenvolvendo um extenso trabalho na conversão de dívida por conservação da natureza.

Os elevados encargos de dívidas representam um grande obstáculo para países em desenvolvimento cumprirem seus compromissos globais relacionados a clima e natureza. As atividades da força-tarefa estarão voltadas para soluções financeiras de melhoria do crédito, tais como garantias totais ou parciais, seguro de crédito e SRP (seguro de risco político).
 

Nos últimos 18 meses, a DFC (U.S. International Development Finance Corporation) forneceu quase US$ 2 bilhões em SRP para apoiar transações de conversão de dívida por natureza. O BID também aumentou a sua quota de transações de dívida por natureza nos últimos 18 meses, aprovando US$ 585 milhões em garantias de crédito parciais que mobilizaram mais de US$ 700 milhões de outros parceiros.

Banco Mundial lidera iniciativa

Fotografia de rosto de Ajay Banga, presidente do Banco Mundial. É um homem de barba e bigode densos, usa um turbante preto na cabeça e veste um terno preto com camisa branca.

FOTO: Money Sharma/AFP

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, apresentou durante a COP28 detalhes das atividades do PSIL (Laboratório de Investimento do Setor Privado, na sigla em inglês). Criada sob o guarda-chuva do banco multilateral, a iniciativa busca a elaboração de um modelo denominado “originar para distribuir”, capaz de atrair capital privado para projetos voltados à redução de emissões.

O PSIL conta com a participação de 15 líderes globais do setor de financeiro privado, entre eles Larry Fink (BlackRock), Thomas Buberl (AXA) e Noel Quinn (HSBC).


Em participação no Bloomberg Business Forum na COP28, Banga disse que um dos objetivos é criar uma “classe de ativos securitizáveis, nos quais grandes fundos de pensão e grandes players como a BlackRock encontrarão um lugar muito atraente para colocar bilhões para trabalhar”.

Fundo de US$ 30 bilhões

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FOTO: Reprodução X ALTERRA

Os Emirados Árabes Unidos anunciaram a criação do Altérra, um fundo de US$ 30 bilhões para o financiamento de soluções climáticas em mercados emergentes e em desenvolvimento. Os gestores de ativos BlackRock, Brookfield e TGP foram anunciados como parceiros privados do fundo que, além do apoio no aporte de recursos, ajudarão na mobilização de capital de outros investidores institucionais.

Um dos objetivos é mobilizar US$ 250 bilhões em ações climáticas até 2030. Dadas as somas envolvidas, o Altérra surge como o maior fundo de investimento privado para o clima e terá quatro áreas prioritárias: transição energéticadescarbonização industrialvida sustentável e tecnologias climáticas

Banco Mundial lidera iniciativa

No final de semana (2), a vice-presidente americana, Kamala Harris, anunciou que os Estados Unidos contribuirão com US$ 3 bilhões para o Fundo Verde para o Clima. De acordo com a Casa Branca, os recursos serão destinados a investimentos em soluções de energia limpa e baseadas na natureza por parte dos países em desenvolvimento.

Criado em 2010 pela ONU (Organização das Nações Unidas) para ajudar os países em desenvolvimento a lidar com os impactos das mudanças climáticas, o fundo não recebia uma nova contribuição do governo norte-americano desde 2014.

Onde está o dinheiro?

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Em painel no Pavilhão Brasil na COP28, apresidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, fez uma análise dos avanços do financiamento climático e dos desafios enfrentados pelos mecanismos já existentes. Assista no vídeo do debate.

Taxonomia Sustentável Brasileira

Como parte do pilar de "finanças sustentáveis" do Plano de Transformação Ecológica, o governo apresentou na COP o plano de ação para implementação de uma taxonomia sustentável brasileira

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Cristina Fróes de Borja Reis, subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda, citou a contribuição de diversas entidades de mercado durante a audiência pública da taxonomia, incluindo a ANBIMA, que enviou as percepções e contribuições de mais de 170 integrantes da Rede ANBIMA de Sustentabilidade a partir de um workshop realizado para debater o capítulo de “Monitoramento, reporte e verificação” do documento. Confira no vídeo do painel.

Regulação do mercado de carbono

O Brasil chegou à COP28 sem ter votado o projeto de lei 412/2022, que regulamenta o mercado de carbono no Brasil dentro do SBCE (Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa). O PL está em tramitação na Câmara dos Deputados. Em meio a cobranças cada vez mais rigorosas contra o greenwashing em todo o mundo, uma das expectativas é que a COP28 avance em medidas que garantam maior integridade dos créditos negociados no mercado de carbono.

O que é mercado de carbono?

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Para explicar o que é o mercado de carbono e como ele funciona, o Capital Reset acaba de atualizar o seu guia sobre créditos de carbono. O material inclui o estágio atual das negociações no Acordo de Paris e os desafios a serem superados em relação ao mercado voluntário, cujos créditos não estão vinculados aos compromissos dos países signatários do documento. Vale a pena conferir.

Para colocar no radar

Os painéis realizados no Pavilhão Brasil na COP28 podem ser assistidos no site da Apex Brasil. Lá, é possível acessar a agenda, assistir aos debates que já aconteceram e ter acesso às transmissões dos próximos painéis. Os horários estão no fuso horário de Dubai (7 horas à frente do Brasil).

Falamos por aqui

Na última edição, você ficou sabendo...

  • Por que acompanhar a COP 28? Para os profissionais do mercado de capitais, uma das melhores respostas seria dizer que há um motivo de US$ 6,3 trilhões

Conteúdo editado por Alter Conteúdo Relevante.