Títulos de prazos mais curtos mantêm a melhor performance
Em fevereiro, a carteira de títulos públicos marcada a mercado, refletida na trajetória do IMA (Índice de Mercado ANBIMA) mostrou recuperação em relação a janeiro e variou 0,74% no período. Entre os subíndices, foi mantido o padrão dos últimos meses, com as carteiras de durations mais curtas registrando retornos superiores aos das carteiras de prazos mais longos, o que vem acontecendo diante de um cenário que apresenta a combinação de baixo dinamismo na atividade, inflação alta e incerteza no quadro fiscal.
Entre os títulos indexados ao IPCA, o IMA-B5, que reflete a carteira das NTN-Bs com prazos de até cinco anos, registrou 1,06%, a melhor performance no período. Já os papéis acima de cinco anos e de maior duration da família IMA (2789 dias) indicaram estabilidade (0,01%) no mês, mantendo retorno negativo de 1,6% no primeiro bimestre do ano e o pior desempenho entre os subíndices do IMA. Em 12 meses, o IMA-B5+ recuou 4,24%.
Em relação aos títulos prefixados (LTN e NTN-Fs marcadas a mercado), a carteira de até um ano (IRF M 1) avançou 0,74%, enquanto o IRFM 1+, com papéis acima de um ano, variou 0,48%, resultado que mostrou uma forte recuperação em relação ao mês anterior (-0,50%) mas que se mostrou insuficiente para tirar este índice do campo negativo no acumulado do ano (0,02%).
As LFTs, que rendem pela taxa Selic diária e por isso apresentam duration de apenas um dia, mantiveram a boa performance desde o início do ciclo de alta dos juros. Em fevereiro, o IMA-S, que replica a trajetória desta carteira, registrou retorno de 0,92%, o segundo maior do período. No ano, IMA-S registra a maior rentabilidade entre a família de índices do IMA com variação de 1,75%.
Entre as debêntures, medidas pela trajetória do IDA (Índice de Debêntures ANBIMA), a carteira do IDA-DI (debêntures indexadas à taxa diária DI) manteve a maior valorização no ano (1,81%), muito acima dos demais subíndices, que não chegaram a ultrapassar 0,30% neste bimestre. Em fevereiro, as maiores performances foram do IDA-IPCA ex infraestrutura e do IDA-DI, com 0,95% e 0,94%, respectivamente.
Desde 24 de fevereiro, o início do conflito internacional entre Rússia e Ucrânia acirrou o clima de incerteza no mercado, sobretudo quanto aos efeitos mais imediatos sobre a inflação, e reforçou a percepção de um ambiente ainda mais desfavorável para os ativos de maior duration para as próximas semanas. Somente entre os dias 23 e 25 de fevereiro o prêmio sobre a inflação de um ano, diferença entre a taxa dos títulos prefixados e a expectativa de inflação para esse prazo, subiu de 0,23 p.p. para 0,44 p.p.