Sinalização do Copom abre espaço para recuperação dos ativos em março
Em março, as carteiras dos títulos públicos e das debêntures marcadas a mercado – refletidas pelo IMA (Índice de Mercado ANBIMA) e pelo IDA Geral (Índice de Debêntures ANBIMA) – registraram performance positiva, com valorizações de 1,57% e 1,98%, respectivamente.
Os resultados, que ficaram acima dos retornos de janeiro e fevereiro, foram impulsionados pela indicação do Copom (Comitê de Política Monetária) em um comunicado que elevou a meta da taxa Selic de 10,75% para 11,75%. Nesse documento, a autoridade monetária mostrou a disposição de não promover novos aumentos de juros após a reunião do Copom de maio, caso não ocorra mais nenhum novo choque inflacionário.
O entendimento do mercado – de que aumentaram as possibilidades do ciclo de alta dos juros se encerrar em breve – induziu a revisão para baixo dos juros futuros e a consequente valorização dos ativos. No caso dos títulos públicos, o IMA Geral, que vinha de uma queda de 0,11% no mês até 16 de março – dia da decisão do Copom –, passou para um aumento de 1,68%, desse dia ao último dia útil de março.
Entre os subíndices do IMA, os destaques foram a forte recuperação dos índices de carteiras de prazos mais longos. O IRF-M 1+, prefixado acima de um ano, passou de uma queda de 1,72% até o dia 16 de março para uma variação positiva de 2,58% no pós-Copom, resultando em avanço de 0,81% no mês. Nesse mesmo período de comparação, as NTN-Bs com prazo acima de cinco anos, replicadas na trajetória do IMA-B5+, passaram de -0,94% para 4,54%, com variação em março de 3,56%, o maior retorno mensal entre os índices do IMA. No ano, a melhor performance é do IMA-B5, NTN-Bs com prazo de até cinco anos, que avançou 0,61% e acumula 3,81% no trimestre. Por fim, o IMA-S, que segue a carteira das LFTs em mercado e vinha apresentando o melhor desempenho entre os índices do IMA diante da perspectiva de novos aumentos dos juros, registrou retorno mensal de 0,91%, abaixo das demais carteiras.
O mercado de debêntures apresentou o mesmo movimento de valorização após o Copom. O resultado mensal de 1,98%, o maior desde julho de 2020, foi construído sobretudo após a reunião do Copom, quando variou 1,63%. O IDA IPCA Infraestrutura, que reflete a carteira das debêntures incentivadas, passou de uma valorização de 0,05% até o dia 16 de março para um avanço na ordem de 3,03% após o Copom, apresentando retorno mensal de 3,09%. Já o IDA-DI, que replica a carteira das debêntures indexadas à taxa DI diária e tem um peso de 56,1% no índice, variou 1,12% em março.