Maior aversão ao risco favorece retornos dos títulos de curto prazo
As carteiras de curtíssimo prazo do IMA e IDA foram os destaques do mês
Em junho, a carteira de títulos públicos marcada a mercado, refletida no IMA-Geral, avançou 0,43%. A performance dos subíndices apresentou o perfil típico de quando ocorre piora da percepção dos investidores em relação à conjuntura: os títulos de médio e longo prazo registraram desempenho inferior aos de curto prazo.
As perspectivas de aumento de juros externos acima do inicialmente previsto, conjugadas com a persistência inflacionária doméstica e a deterioração das expectativas fiscais diante de novos gastos do governo federal, sobretudo nos últimos dias de junho com a aprovação no Senado de uma nova PEC, traduziram o clima de incerteza dos investidores em um aumento do prêmio de risco nas curvas de juros, com maior impacto para as carteiras de prazos mais longos.
Dessa forma, os índices de médio e longo prazos, o IMA-B5+, que reflete as NTN-Bs acima de cinco anos, e os prefixados acima de um ano de vencimento (IRF-M1+) registraram, respectivamente, perda de 1,10% e valorização de 0,09%. Já o IMA-B5 (NTN-Bs até cinco anos) avançou 0,33%, e as carteiras de menor duration registraram as maiores performances da família IMA: os prefixados até um ano, refletidos no IRFM1, valorizaram 0,93%, e a carteira das LFTs, de duration de um dia, variou 1,07% em junho.
Vale destacar que, no primeiro semestre de 2022, o IMA-B5 foi o que apresentou a melhor rentabilidade (6,61%), bem acima do desempenho do segundo semestre do ano passado, quando variou 3,24%. Em seguida, veio o IMA-S, com retorno acumulado de 5,65%. Este índice havia registrado o maior ganho do semestre anterior, com variação de 3,40%. Isso indica que as apostas mais conservadoras vêm se mantendo relevantes ao longo dos últimos 12 meses no mercado, diante de um ambiente de dúvidas e da possibilidade de juros elevados por mais tempo.
Nos títulos corporativos, o perfil dos rendimentos foi o mesmo do que o do IMA, com o IDA-DI (debentures indexadas à taxa DI diária), carteira de menor duration, registrando a melhor performance mensal (1,15% no período). Em seguida, vem o IDA IPCA Infraestrutura (0,25%), índice que corresponde à carteira das debêntures incentivadas e que apresenta maior liquidez por causa da isenção de IR para pessoa física. Por sua vez, o IDA IPCA Ex Infraestrutura recuou 0,27% no mês. No ano, a melhor performance também é do IDA-DI, que registrou variação de 6,49%, o que ratifica a maior aversão ao risco para prazos mais longos neste segmento.