Incerteza com arcabouço fiscal e cenário externo derrubam ativos de longo prazo
Carteiras com papéis IPCA e prefixados de prazos mais longos registraram perdas em novembro
Em novembro, o IMA-Geral, que replica a carteira dos títulos públicos marcada a mercado, apresentou queda de 0,06% e rentabilidade acumulada de 8,82% no ano. O perfil da rentabilidade mensal das carteiras do IMA foi típico de um cenário de aversão ao risco, com perdas nas carteiras de longo prazo e retornos positivos nas de curtíssimo prazo.
Desta forma, o IMA-B5+, NTN-Bs com mais de cinco anos e duration de 2.675 dias úteis, recuou 1,18% enquanto o IRF-M1+, títulos prefixados acima de um ano e duration de 587, apresentou queda de 1,42%, a maior entre os subíndices do IMA. Em contrapartida, o maior retorno em novembro foi do IMA-S, carteira das LFTs em mercado e prazo de um dia útil, que variou 1% no período, seguido do IRF-M1, prefixado até um ano de prazo, que avançou 0,94%.
A trajetória dos subíndices mais longos, geralmente mais aderentes às expectativas em relação ao cenário econômico, reflete as dúvidas dos investidores sobre o arcabouço fiscal para o próximo ano e as perspectivas da economia global. O IMA-B5+ e o IRF-M1+, que até o dia 23 de novembro apresentavam perda mensal de 4,71% e 3,66%, mostraram recuperação nos últimos dias do mês. Essa melhora ocorreu, sobretudo, em função da indicação do FED, que deverá reduzir o ritmo de elevação dos juros de 0,75 p.p. para 0,50 p.p., mas não foi o suficiente para reverter a performance mensal negativa.
Em relação ao IDA, o perfil das rentabilidades mensais foi o mesmo que o dos títulos públicos. Os papéis corporativos marcados a mercado, as debêntures indexadas à taxa DI diária, os de menor prazo, voltaram a ter a melhor performance mensal entre os subíndices (1,14%) e o melhor resultado acumulado no ano (14,08%). Em compensação, as outras carteiras, de prazos mais longos, registraram perdas. A maior perda foi do IPCA ex-Infraestrutura, que recuou 1,32% no mês, acumulando 5,69% no ano. O IDA-Geral apresentou retorno mensal de 0,18% e valorização acumulada no ano de 9,77%.