Carteiras de curtíssimo prazo registram o melhor desempenho em 2022
IMA-S, que reflete a carteira de LFT em mercado e apresenta duration de um dia, registra retorno de 12,74% no ano
Em 2022, a rentabilidade do IMA Geral, que reflete a carteira dos títulos públicos marcados a mercado, ficou em 9,66%, bem acima da performance do ano anterior, que havia sido de 0,96%. O destaque foi o IMA-S, que reflete as carteiras das LFTs, cuja variação acumulada foi de 12,74%, a maior entre os subíndices do IMA pelo segundo ano consecutivo. Em seguida, vieram os títulos prefixados de prazo até um ano, espelhados no IRF-M1, que avançaram 12,02% no período. Por sua vez, o IMA-B5+, que contempla as NTN-Bs acima de cinco anos e tem a carteira de prazos mais longos (duration de 2.618 dias úteis), apresentou o pior desempenho, com rendimento de apenas 3,3% no ano.
O perfil das rentabilidades entre os subíndices do IMA Geral refletiu o ambiente de incerteza e de aversão a risco dos agentes em 2022. As surpresas negativas da inflação resultaram em reavaliações sucessivas nas previsões de preços e, por consequência, da trajetória dos juros e nos preços dos ativos. Em janeiro de 2022, o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA previa IPCA de 5,2% para este ano, tendo sido revisado até chegar a 9,1% em junho. No último trimestre, essas projeções foram reajustadas para baixo diante das desonerações promovidas pelo governo nas tarifas de combustíveis e energia elétrica.
Em dezembro, as dúvidas sobre qual arcabouço fiscal entrará em vigor no próximo ano mantiveram o cenário de incerteza. O IMA-B5+, que, por apresentar prazos longos, está mais correlacionado às expectativas quanto ao cenário econômico, recuou 1,19%, enquanto o IMA-S avançou 1,11%. Os prefixados registraram a melhor performance mensal. O IRF-M1+, com prazos acima de um ano, variou 1,62% – a melhor performance do período – e o IRF-M 1 (prazos até um ano) avançou 1,18%. Contribuíram para essa trajetória os resultados da inflação divulgados em dezembro que ficaram abaixo das expectativas de mercado.
O IDA Geral, que reflete os títulos corporativos marcados a mercado, variou 10,64% em 2022. O destaque positivo foi o IDA-DI (debêntures indexadas à taxa DI diária), que avançou 14,56%. Já o IDA Infraestrutura registrou variação de 5,02%, a mais baixa entre os subíndices do IDA. Em dezembro, a melhor performance também foi do IDA-DI, 1,24%, enquanto o IDA-Geral apresentou retorno mensal de 0,79%.