Volume de emissões de debêntures mantém destaque no primeiro trimestre de 2023
Em março, as emissões no mercado de capitais totalizaram R$ 23,6 bilhões, um aumento de 51,2% em relação ao mês anterior. No primeiro trimestre, o total emitido foi de R$ 65,9 bilhões contra R$ 106,7 bilhões do mesmo período de 2022, o que corresponde a queda de 38,2%. As debêntures representaram 55,5% do volume colocado neste ano, o que equivale a R$ 36,6 bilhões. A queda refletiu o ambiente de aversão ao risco que marcou o início do ano e vem permanecendo diante dos eventos de crédito e pedidos de recuperação judicial de empresas ocorridos no período.
No mês de março, as debêntures também tiveram destaque, correspondendo a 47,9% do volume total emitido, o que equivale a um montante de R$ 11,3 bilhões, frente aos R$ 6,6 bilhões do mês anterior. Foram registradas 30 ofertas desse ativo, onze a mais em comparação a fevereiro, sendo 26 delas realizadas pelo rito de registro automático da nova norma de ofertas públicas (Resolução CVM 160).
No primeiro trimestre, 35,3% do total de recursos levantados pelas debêntures foi destinado ao refinanciamento do passivo, contra 28,4% no mesmo período de 2022. Entre os subscritores, 64,1% foram os intermediários e demais participantes das ofertas e, em seguida, 28,4% para os fundos de investimentos.
As notas comerciais, que representam uma nova alternativa de captação, movimentaram R$ 3,3 bilhões no primeiro trimestre. As emissões desse ativo com prazo de até um ano corresponderam a 56,0% do volume total, contra 20,8% no mesmo período no ano anterior. Entre os subscritores, 74,7% das ofertas foram encarteiradas (subscritas por intermediários e demais participantes da oferta) e 25,3% direcionadas para os demais investidores institucionais.
As emissões de títulos securitizados (CRA, CRI e FIDC) registraram avanço pontual e representaram quase um terço das colocações totais em marco, o que corresponde a um volume de R$ 7,1 bilhões no período. No ano, as pessoas físicas, que têm isenção de imposto de renda nesses ativos, foram os maiores subscritores das ofertas públicas de CRI e CRA (31,9% e 63,4%, nesta ordem), enquanto os fundos de investimento foram os que adquiriram a maior parte do volume ofertado dos FIDCs (39,1%). Em relação aos instrumentos híbridos, o destaque é a queda do volume emitido em março, sobretudo dos FIIs, que apresentaram redução de cerca de 90% em relação ao mês anterior.
Em março foi registrada a primeira emissão de renda variável do ano, uma operação de follow-on (oferta subsequente de ações), que movimentou R$ 3,3 bilhões e que foi subscrita por investidores estrangeiros em sua maioria (representaram 52,1% do volume total colocado).