Primeiro semestre encerra com R$ 253 bi em captações
Em junho, o mercado de capitais alcançou o volume de R$ 53,6 bilhões em captações, encerrando o primeiro semestre de 2021 com um total de R$ 253 bilhões em recursos captados. O volume registrado é 65% maior do que a soma arrecadada no mesmo período do ano passado.
Novamente as debêntures tiveram destaque e responderam por 38% do total captado no mês, alcançando pouco mais de R$ 20,3 bilhões. Dessa forma, esses ativos chegam a marca de R$ 99 bilhões em recursos obtidos em 2021 – pouco mais do que o dobro em comparação com o primeiro semestre do ano passado e 82% do total captado por essas ofertas durante todo o ano de 2020.
Capital de giro e refinanciamento de passivo somam 50,8% das destinações de recursos obtidos pelas debêntures, seguidos por investimento em infraestrutura (19,7%). Vale destacar as mudanças significativas nos percentuais de distribuição desses ativos por detentor, em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho, os intermediários e demais participantes ligados à oferta, que antes respondiam por 86,9%, detêm 45% desses títulos em 2021, acompanhados dos fundos de investimentos, que saltaram de 9,1% no primeiro semestre de 2020 para 34,7% neste ano. Observa-se também o aumento expressivo da participação dos investidores estrangeiros que – entre janeiro e junho de 2021, já totalizam 7% dos subscritores, diante de apenas 0,4% no mesmo período de 2020.
As ofertas de ações confirmaram a tendência de crescimento apontada em maio e tiveram desempenho relevante, captando R$ 20 bilhões em junho, sendo R$ 9,6 bilhões em IPOs e R$ 10,5 bilhões em follow-ons (ofertas subsequentes de ações). Neste ano, os ativos de renda variável já somam R$ 68 bilhões em captações – 84% a mais em comparação com igual período do ano anterior. Fundos de investimentos (46,4%) e investidores estrangeiros (34,8%) seguem como maiores subscritores de ações, sem alterações relevantes nos percentuais de distribuição relativamente ao ano de 2020.
Os fundos imobiliários mantiveram a média de captação deste ano e alcançaram R$ 5,8 bilhões em junho. Com este resultado, o volume total em 2021 chegou a R$ 26,8 bilhões, superando os R$ 18,5 bilhões registrados no primeiro semestre de 2020. Por sua vez, os FIDCs recuaram em comparação com o mês de maio e captaram R$ 3,1 bilhões. Embora o volume represente cerca de um terço dos recursos captados no mês imediatamente anterior, esses fundos já somam R$ 31,2 bilhões em 2021 e praticamente igualaram o total atingido por essas ofertas durante todo o ano de 2020.
Por fim, as emissões no mercado externo também tiveram destaque, com o total de US$ 5,65 bilhões em ofertas (somente em renda fixa) – o maior volume registrado para um mês neste ano. Petrobras, com US$ 1,5 bilhão e JBS, com US$ 1 bilhão foram responsáveis pelas emissões mais significativas.