Mercado de capitais mostra resiliência em meio às incertezas e apresenta captação de R$ 543,8 bi em 2022
Em dezembro de 2022, as emissões no mercado de capitais somaram R$ 75,5 bilhões. As ofertas entre janeiro e dezembro captaram R$ 543,8 bilhões – redução de 11% em relação ao mesmo período de 2021. Até o momento, as ofertas em andamento e em análise somam R$ 14,9 bilhões e R$ 5,2 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).
As captações com títulos de renda fixa bateram recorde da série histórica (iniciada em 2012), com R$ 456,9 bilhões em 2022. As emissões de debêntures impulsionaram esse número, encerrando o ano com volume de R$ 271 bilhões. Somente em dezembro, o volume de emissões de debêntures correspondeu a R$ 36 bilhões, o maior para esses títulos durante 2022. Cerca de R$ 39 bilhões das operações do ano foram destinadas ao financiamento de infraestrutura, pelas debêntures incentivadas. Esses papéis atingiram o maior prazo médio desde 2012, de 12,7 anos, contra 5,1 anos das debêntures tradicionais, que mantiveram o prazo médio de 2021.
Os CRAs e CRIs (Certificados de Recebíveis Agrícolas e Imobiliários) captaram juntos R$ 91,1 bilhões em 2022, recorde da série histórica. Os CRs (Certificados de Recebíveis) são uma novidade no segmento da securitização e reforçam a democratização do acesso ao mercado de capitais por servirem de instrumento para o financiamento de empresas menores, em setores além do agrícola e do imobiliário.
O volume de emissões de CRs encerradas em dezembro foi de R$ 100 milhões. A maior parte do montante foi subscrito por intermediários e demais participantes ligados à oferta (60%). As pessoas físicas absorveram cerca de 40% de sua colocação, mesmo não possuindo benefício fiscal na compra desses ativos, o que mostra o potencial desses papéis no segmento de varejo.
Vale destacar que as emissões de FIDC somaram R$ 46,2 bilhões no ano. O instrumento se projeta também como promissor no varejo, em virtude da modernização da regra de fundos. As captações com FIIs totalizaram R$ 24,7 bilhões no ano, com destaque para dezembro (R$ 6,8 bilhões). Os Fiagros, que devem receber uma regulamentação especifica neste ano, apresentaram volume de R$ 7,1 bilhões em ofertas encerradas em 2022.
No mercado externo, uma operação pontual de US$ 7 milhões com renda variável foi registrada em dezembro. No ano, ocorreram 15 operações, que correspondem aos volumes de US$ 5,5 bilhões em renda fixa e de US$ 132 milhões em renda variável.