Emissões registram volume de R$ 39,6 bilhões em fevereiro
Em fevereiro, as emissões de mercado de capitais registraram captação de R$ 39,6 bilhões, uma elevação de 68% em relação ao mês anterior. No ano, o total emitido foi de R$ 63 bilhões contra R$ 49,8 bilhões do mesmo período do ano anterior, registrando alta de 26,8%. As ofertas em andamento e aquelas em análise totalizaram R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).
As operações de renda variável representaram 28,5% do volume total captado em fevereiro, correspondendo a R$ 11,3 bilhões, somente em operações de follow-ons (ofertas subsequentes de ações) – uma única operação, realizada pela BRF foi responsável por quase metade (R$ 5 bilhões) desse volume. Vale ressaltar que, no momento, há somente uma oferta em andamento em renda variável pela Instrução CVM 400, que regulamenta as ofertas destinadas ao investidor em geral, e existem 19 operações não precificadas em análise, das quais dez foram interrompidas momentaneamente.
A nova piora das expectativas inflacionárias, em virtude de eventos internos e externos adversos, pode reforçar ainda mais as estratégias de investimentos em ativos de renda fixa diante da necessidade de mais juros, em detrimento de colocações em renda variável.
Os fundos de investimentos, que haviam absorvido 53,8% do volume colocado de janeiro a fevereiro 2021, deixaram a posição de maiores subscritores de ações em 2022, subscrevendo somente 24,7% do volume, contra 30,2% dos demais investidores institucionais, que se tornaram os principais subscritores junto dos investidores estrangeiros com uma fatia de 27,9%. Os intermediários e as pessoas físicas aparecem com 13,6% e 3,6%, respectivamente. Cerca de 60,7% do montante captado foi direcionado para a aquisição de participação acionária, seguido de aquisição de ativos e atividades operacionais, com 22,7%.
Já na captação de debêntures, que representou 42,5% do volume de fevereiro (R$ 16,8 bilhões), os fundos passaram de 19% para 34% do volume captado, demonstrando o maior apetite pela renda fixa. Os principais subscritores, entretanto, foram os intermediários e demais participantes ligados à oferta, que subscreveram 50,6% do total das colocações.
A maior parte do direcionamento dos recursos das debêntures colocadas foi para os investimentos em capital de giro – 36,3 % até fevereiro. No mesmo período do ano passado, essa alocação representava 25,3% do volume ofertado. Já as colocações destinadas ao investimento em infraestrutura apresentaram redução, ficando com 26,6%, quando comparadas com igual período do último ano, que estava em 36,9%.
Os produtos de investimentos estruturados registraram volume de R$ 5,6 bilhões, 3,1% acima do montante emitido em janeiro. Com destaque para os CRAs e CRIs, que captaram R$ 2,8 bilhões e R$ 1,7 bilhão em fevereiro, nesta ordem. No ano, os produtos estruturados somam R$ 11 bilhões, 4,7% acima do que foi registrado no mesmo período em 2021.
No mercado externo, as captações totalizaram US$ 1,84 bilhão em fevereiro, com US$ 1,8 bilhão proveniente da renda fixa e US$ 43 milhões da renda variável, contra os US$ 2 bilhões de janeiro, que foram originados somente em operações de renda fixa. Em 2022, o total foi de US$ 3,84 bilhões, abaixo dos US$ 7,3 bilhões do primeiro bimestre do ano passado.