Emissões no mercado de capitais alcançam R$ 444 bilhões em 2022
As emissões no mercado de capitais em outubro contribuíram para um resultado acumulado no ano de R$ 444 bilhões, 4,1% abaixo do montante registrado no mesmo período de 2021. O baixo volume de IPOs (R$ 406 milhões) explica boa parte da queda do total emitido neste ano em relação a 2021 - na ocasião, as ofertas iniciais de ações representavam volume de R$ 63,6 bilhões até outubro. As ofertas em andamento e em análise neste ano somam R$ 10,3 bilhões e R$ 12,8 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).
A predominância das operações de renda fixa vem marcando as emissões do segmento. Somente o volume de debêntures representou 51% do total emitido neste ano, o que corresponde a R$ 226,3 bilhões. Em outubro, a participação desses ativos também foi de 51% do total, equivalente a volume de R$ 21 bilhões. Os produtos estruturados representaram 24% das ofertas colocadas no ano, com 8% de participação para cada um – CRI, CRA e FIDC. No mesmo período, os follow-ons de ações totalizaram volume de R$ 52 bilhões, o que representa 12% do total emitido em 2022.
Em relação aos subscritores das ofertas de debêntures, a maior parcela ficou com os fundos de investimento com 45,1%, seguidos dos intermediários e demais participantes ligados à oferta, com 44,4%. Os demais investidores institucionais detiveram 6,5% do total dos recursos. Vale atentar que a participação dos fundos de investimento nessas ofertas está no patamar observado no período anterior ao início da pandemia, o que deve permanecer, sobretudo após o término do ciclo de alta dos juros.
A maior parte das destinações dos recursos das ofertas de debêntures foi para capital de giro (41,7%, contra 36,6% no mesmo período de 2021). Os investimentos em infraestrutura representam parcela de 19,7% (era 21,8% no ano passado) e as operações de refinanciamento de passivo corresponderam a 18,3% (foi 25,7% em 2021).
As operações com notas comerciais têm se destacado no segmento, sobretudo em setembro e outubro, quando a parcela desses ativos foi de 14% do total mensal emitido. No ano, o volume emitido representa 7% do volume total, o que equivale a R$ 31 bilhões, um pouco abaixo de instrumentos mais tradicionais no mercado, como o FIDC, que registrou R$ 34,1 bilhões de emissões neste ano. Caso seja mantida a participação relativa dos últimos meses, as notas comerciais poderão ser tornar um dos instrumentos mais importantes de captação no mercado de capitais, com o volume emitido podendo ultrapassar a barreira dos R$ 50 bilhões.