Emissões em abril atingem nível mais baixo desde maio de 2020
No mês de abril, as emissões via mercado de capitais no Brasil alcançaram o montante de R$ 14,9 bilhões, um decréscimo de 41,4% em relação a março, que representa o nível mensal mais baixo desde maio de 2020. No acumulado do ano, o volume emitido atingiu R$ 82,6 bilhões, o que corresponde uma queda de 40,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre os instrumentos de captação, apenas as notas comerciais registraram volume de emissão acima de março; além disso, observou-se em termos gerais redução nos prazos dos títulos colocados. As ofertas em andamento registraram volumes de R$ 9 bilhões, e as em análise, R$ 3,4 bilhões.
Mesmo com as incertezas na economia e a aversão ao risco que vêm impactando o mercado de títulos, as empresas de capital fechado têm recorrido ao mercado de capitais como uma alternativa viável para a captação de recursos. Em 2023, elas representaram 71% do número total de emissões de debêntures, um aumento de 10,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, e foram responsáveis por 48,93% do volume total emitido. Entre os subscritores, os intermediários e demais participantes ligados à oferta foram os maiores demandantes, com uma parcela de 64,4%, seguidos pelos fundos de investimentos, que ficaram com 26,1%. Em relação às destinações de recursos, as operações de capital de giro foram as predominantes, com 32,1%. Vale destacar o crescimento das operações de refinanciamento de passivo que representam 31,6% este ano contra 19,2 % no final de 2022. O perfil dos prazos de emissão mostra redução, com 27,8% das emissões tendo prazo de até três anos, o que representa um aumento de 12,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, as emissões com prazo de quatro a seis anos tiveram uma queda de 11,5%, representando agora 36,1% do total emitido.
As notas comerciais movimentaram R$ 2,1 bilhões em abril, um aumento de 90,7% em relação a março. As operações com prazo de até um ano corresponderam a 50% do volume total, um crescimento significativo em comparação com os 23,3% registrados no mesmo período do ano anterior. Vale destacar que 84,3% do volume colocado em mercado foram subscritos por intermediários e demais participantes ligados à oferta.
As captações de CRAs e CRIs (Certificados de Recebíveis Agrícolas e Imobiliários) atingiram R$ 1,9 bilhões em abril, correspondendo a 13% do volume mensal total. No acumulado do ano, cerca de 61,5% do volume captado por CRA foram destinados a pessoas físicas, enquanto esses investidores subscreveram 27,6% do volume colocado de CRI, sendo suplantados pelos fundos de investimentos que adquiriram 35,9%. Os FIDCs registraram um volume emitido de R$ 1,3 bilhão contra R$ 2,3 bilhões em março, com 45,2% desse montante adquirido pelos fundos de investimentos.
Por fim, os instrumentos híbridos (Fiagro e FII) representaram 5,5% do total colocado em mercado em abril, equivalentes a um montante de R$ 812 milhões. No acumulado do ano de 2023, o volume registrado por esses ativos foi de R$ 8 bilhões, uma queda de 53,1% em relação a março, que corresponde a 9,7% das emissões realizadas no ano. As ofertas em andamento e em análise representam R$ 5 bilhões e R$ 2,4 bilhões, respectivamente. No mercado de renda variável, foram registradas duas operações de follow-on (oferta subsequente de ações), que movimentaram juntas R$ 2,7 bilhões, sendo 36,8% subscritos por investidores estrangeiros e 27,3% por fundos de investimentos.