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Boletim de Mercado de Capitais

Emissões domésticas registram volume de R$ 14,8 bilhões em janeiro

As emissões de mercado de capitais registraram captação de R$ 14,8 bilhões em janeiro de 2020, uma redução de 19,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o montante captado havia sido de R$ 18,3 bilhões. As debêntures representaram 43,2% desse volume, seguidas dos fundos de investimentos imobiliários e CRI com 13,4% e 12,9%, respectivamente. Vale atentar que existe a perspectiva de mais R$ 15,8 bilhões que podem ser captados nas próximas semanas por meio da Instrução 400, decorrente das ofertas em andamento (R$ 9 bilhões) e em análise (R$ 6,7 bilhões); R$ 8,4 bilhões são referentes somente às emissões de fundos de investimentos imobiliários.

 

Grafico_Emissoes.jpg

 

 

As operações de renda variável no período representaram 8,4% do total, todas por meio de ofertas subsequentes de ações (follow-ons), que corresponderam a um volume de R$ 1,2 bilhão. Há expectativa entre os investidores de que as operações de renda variável mantenham a recuperação registrada no ano passado, diante da perspectiva de que os juros devem se manter em patamares baixos em 2020.

No mercado de debêntures, o volume emitido foi de R$ 6,4 bilhões, o que corresponde a 25 operações, todas por meio da Instrução 476. Ao contrário dos últimos anos, os intermediários e demais participantes ligados à oferta adquiriram a maior parte das colocações nas ofertas públicas, com 90,8% contra 9,1% dos fundos de investimentos. O prazo médio de colocação foi de 4,4 anos contra 3,1 anos das emissões de janeiro de 2019.

Em relação à remuneração dos papéis colocados, 93,2% eram DI+spread e 6,8% eram indexados ao IPCA. Não foi registrada nenhuma emissão expressa em percentual do DI, o que não ocorria desde novembro de 2015. Já as debêntures incentivadas emitidas sob o artigo 2º da Lei 12.431, direcionadas a projetos de infraestrutura e com isenção de IR para pessoas físicas, registraram apenas uma oferta, com volume de R$ 300 milhões, toda subscrita por fundos de investimentos e com prazo médio de colocação de 25,4 anos.

 

 

Grafico_RemuneracaoDebentures.jpg

 

 

 

As emissões dos fundos de investimentos imobiliários foram de R$ 2 bilhões, 54,6% abaixo do montante emitido em janeiro do ano passado. Por sua vez, o volume de emissões dos CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) foi de R$ 1,9 bilhão, cerca de três vezes mais do que o registrado em janeiro de 2019. As pessoas físicas continuam como as principais subscritoras das ofertas públicas de fundos de investimentos imobiliários, com 64,3% do total colocado.

As captações externas totalizaram US$ 5,7 bilhões contra US$ 750 milhões em janeiro do ano passado, todas por meio de operações de dívida. Vale lembrar que desta vez, como ocorre no início de cada ano, não ocorreram emissões soberanas externas do Governo nem da Petrobrás que costumam servir de referencial para as posteriores colocações de ativos no exterior.