Emissões de debêntures encolhem quase 60% de outubro para novembro
Em novembro, as emissões no mercado de capitais somaram R$ 21,5 bilhões. As ofertas entre janeiro e novembro de 2022 captaram R$ 466,5 bilhões – redução de 10,5% em relação ao mesmo período de 2021. Até o momento, as ofertas em andamento e em análise somam R$ 8,9 bilhões e R$ 8,4 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).
O volume encerrado com debêntures apresentou redução significativa de outubro para novembro de 2022, deslocando-se de R$ 21,3 bilhões para R$ 8,6 bilhões – diminuição de quase 60%. Essa baixa está relacionada ao movimento de antecipação de emissões pelas empresas durante este ano e às incertezas domésticas associadas à política econômica do próximo governo, que deixaram a curva de juros mais elevada, principalmente nos vértices mais longos. De janeiro a novembro de 2022, as empresas captaram R$ 234,9 bilhões com debêntures. Nesse período, as companhias brasileiras conseguiram financiamento especialmente com os fundos de investimento (45,5%), intermediários e demais participantes ligados (43,9%), que foram os principais subscritores dessas ofertas.
Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) tiveram R$ 1,2 bilhão e R$ 4,5 bilhões em volume encerrado para novembro, respectivamente. De janeiro a novembro de 2022, os números mostram que juntos esses ativos captaram R$ 79,9 bilhões, aumento de 69% em comparação ao mesmo período de 2021. Vale destacar que os CRAs têm R$ 38,7 bilhões em ofertas encerradas entre janeiro e novembro de 2022, com um prazo médio de quase oito anos, prazo que é recorde para a série desde 2016. Os produtos securitizados se firmaram como opção na diversificação de portfólio para gestores e investidores e garantiram posição relevante como veículos financiadores de projetos de longo prazo, especialmente de segmentos estratégicos.
Em relação aos detentores dos CRAs, os intermediários e demais participantes ligados à oferta são os principais credores, com 42,8%. As pessoas físicas aparecem em seguida, com 32,4%. Os fundos de investimento começaram a assumir uma posição maior no mercado primário, de 16,2%. Os demais investidores institucionais e os investidores estrangeiros detêm 8,6% e 0,1%, nesta ordem.
Na renda variável, não houve registro de operações nesse mês. No ano, são R$ 52,3 bilhões captados no mercado doméstico, sendo R$ 406 milhões em IPOs e R$ 51,9 bilhões em follow-ons. Em detrimento às operações de renda variável, os cortes de juros devem ser adiados de junho para agosto de 2023, e a taxa Selic deve se manter em dois dígitos até o final do próximo ano, segundo o Grupo Macroeconômico da ANBIMA.
No mercado externo, apesar da relativa melhora, nenhuma operação foi registrada nos últimos cinco meses. No ano, ocorreram 12 operações, que correspondem aos volumes de US$ 5 bilhões em renda fixa e de US$ 125 milhões em renda variável.