Debêntures são o destaque das captações em janeiro
Em janeiro deste ano, o mercado de capitais registrou R$ 15,8 bilhões em ofertas, uma redução de 26,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o montante captado havia sido de R$ 21,6 bilhões. Em complemento, existem ofertas em análise e em andamento que somam R$ 11,5 bilhões e R$ 17,5 bilhões, respectivamente.
As operações de renda fixa representaram 91,5% do volume total captado, o que corresponde a R$ 14,5 bilhões. Deste montante, quase metade (R$ 7 bilhões) foram operações com debêntures. Com relação às destinações de recursos desse instrumento, cabe destacar que houve alteração relevante em comparação ao ano anterior. As operações de capital de giro tornaram-se predominantes (64%), em detrimento das de refinanciamento de passivo (9,9%). Estas últimas foram operações muito utilizadas antes do início do ciclo de alta de juros em março do ano passado.
Os fundos de investimento tornaram-se os principais detentores do volume colocado das debêntures (35,4%) – em jan/21 era de 10%. No mesmo período, os intermediários e demais participantes ligados à oferta reduziram sua participação de 86% para 31,1%. Os investidores institucionais aparecem em seguida (27,2%), acompanhados dos investidores estrangeiros (3,4%) e das pessoas físicas (2,9%). Este perfil nas alocações sugere uma demanda mais competitiva por esse ativo diante de um ambiente de juros mais altos.
As captações de renda variável foram apenas 2,6% do volume em janeiro, basicamente correspondendo ao volume do IPO ocorrido no período (R$ 406 milhões). Vale registrar que essas operações não aconteciam desde setembro e refletem a maior dificuldade de colocação em um ambiente de juros ascendentes.
Nas operações de mercado externo, foram captados US$ 1,5 bilhão somente em operações de renda fixa.