Captações registram volume de R$ 25,7 bilhões em janeiro
Em janeiro, as emissões no mercado de capitais totalizaram R$ 25,7 bilhões, o que indicou aumento de 40,9% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Vale ressaltar que já estão incluídos nesse montante R$ 10,9 bilhões de ofertas encerradas de debêntures, CRIs, CRAs, FIIs e notas comerciais realizadas via Resolução CVM 160, a norma que estabeleceu novas regras de colocação primária de títulos e valores mobiliários. Até o momento, as ofertas em andamento e em análise somam R$ 14 bilhões e R$ 5,2 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).
A perspectiva de manutenção dos juros no patamar atual por mais tempo reforça a predominância das captações de renda fixa no mercado de capitais brasileiro. Vale destacar que os instrumentos híbridos (Fiagros e FIIs) vêm ganhando peso no total captado – em janeiro representaram 10,3% do volume – e têm contribuído para a diversificação do segmento. Em contrapartida, o maior custo de oportunidade vem comprometendo o dinamismo das emissões de renda variável – o último IPO foi encerrado em janeiro de 2022.
O grande destaque do mês foi a participação expressiva das debêntures no volume total, que representou 71% e correspondeu a um montante de R$ 18,3 bilhões, seguido das emissões de FIDCs (8,4%) e FIIs (5,9%). Entre o volume das ofertas debêntures, 58,6% foi subscrito por intermediários e demais participantes da oferta, enquanto 39,7% ficou com os fundos de investimento. Além disso, cerca de 51,7% do volume foi direcionado para refinanciamento de passivo, um patamar muito acima da média histórica dos últimos cinco anos (27,5%).
Outro destaque foi as emissões das debêntures incentivadas, que, em janeiro, registraram prazo médio de 24,2 anos, muito acima dos períodos anteriores – em 2022 o prazo médio foi de 12,7 anos. Esse aumento decorreu da emissão da debênture da Concessionária das linhas 8 e 9 do sistema de trens metropolitanos de São Paulo, com prazo de 26 anos e volume levantado de R$ 2,5 bilhões.
Ainda na renda fixa, a captação dos CRAs e CRIs (certificados de recebíveis agrícolas e imobiliários) registrou R$ 1,9 bilhão, o correspondente a 7,2% do volume mensal total. As emissões de notas comerciais foram de R$ 745 milhões, muito abaixo do volume de dezembro (R$ 11,2 bilhões). Não houve emissões de CRs (Certificado de Recebíveis), que haviam sido colocados pela primeira em mercado em dezembro, com volume de R$ 100 milhões.
As emissões de instrumentos híbridos – Fiagros e FII – apresentaram volume de R$ 2,6 bilhões, valor de 129,2% acima do que foi captado no mesmo período do ano passado. O total emitido já representa 10,3% do volume em janeiro e registra uma participação relevante das pessoas físicas (90,8% nos Fiagros e 30,2% nos FIIs).
Por fim, não foram registradas captações nos mercados de renda variável e externo.