Captações registram o mais baixo volume desde maio de 2020
Em fevereiro, as captações do mercado de capitais foram de R$ 13 bilhões, o que corresponde a uma queda de 51,2% em relação ao mês anterior. O resultado representa o volume mensal mais baixo desde maio de 2020. Até o momento, as ofertas em andamento e em análise somam R$ 14 bilhões e R$ 5,2 bilhões, respectivamente (desconsiderando o volume das ofertas de ações).
Esse resultado refletiu o ambiente de aversão ao risco que marcou o início do ano diante dos eventos de crédito e pedidos de recuperação judicial de empresas ocorridos no período. Combinado a isso, o contexto macroeconômico também não contribuiu, com a falta de indicação de um novo arcabouço fiscal para este ano e perspectiva de manutenção de juros altos por mais tempo em meio a questionamentos do próprio governo quanto à condução do sistema de metas de inflação pelo BC. Diante dessas incertezas, muitos emissores preferiram esperar um cenário mais claro para retomar as emissões.
As debêntures representaram 50,9% do volume total emitido em fevereiro, o que correspondeu a um volume de R$ 6,6 bilhões, contra R$ 18,7 bilhões do mês anterior. Foram 19 operações realizadas com este ativo contra 25 registradas em janeiro. Já as emissões de CRAs vieram em seguida, equivalentes a uma parcela de 14,6% do volume colocado. As notas comerciais vêm mantendo sua representatividade com parcela de 10,5%, o que correspondeu a um montante de R$ 1,4 bilhão.
Entre os subscritores das ofertas de debêntures, 59,3% foram para intermediários e demais participantes da oferta e 33,2% para os fundos de investimentos. Nessas colocações, 43,1% foram direcionadas para o refinanciamento de passivo, parcela bem superior ao mesmo período do ano passado, que foi de 26,4%. Esse aumento possivelmente está vinculado às mudanças nas expectativas das curvas de juros de médio e longo prazo.
Mesmo com a queda das emissões, os volumes dos instrumentos híbridos (Fiagro e FII) representaram 13,9%, o que equivale a um montante colocado de R$ 1,8 bilhão. No acumulado no ano, o volume registrado foi de R$ 5,1 bilhão, o que corresponde a 12,7% das emissões do ano. Vale ressaltar que somente estes instrumentos representam R$ 4,7 bilhões das ofertas que estão em andamento.
Em 2023 não foram ainda registradas operações no mercado de renda variável e no mercado externo.