Captações em ações registram o maior volume semestral da série histórica
Em 2019, o mercado de capitais doméstico registrou captação semestral de R$ 164,9 bilhões contra R$ 130,4 bilhões do mesmo período do ano passado (aumento de 26,5%), o que corresponde às 377 operações contra 445 do ano anterior. O grande destaque foi a recuperação das captações em ações, que registrou o maior volume semestral desde o início da série histórica em 2002. No total foram captados R$ 29,3 bilhões: R$ 4,5 bilhões por meio de ofertas primárias iniciais (IPOs) e R$ 24,8 bilhões por ofertas subsequentes de ações (follow-ons).
No ano, as debêntures foram o principal instrumento de captação, com 51% do total contra 59% do mesmo período do ano anterior. Outros ativos que merecem menção neste ano são a oferta subsequente de ações (follow-on), que praticamente não registrou captação no primeiro semestre do ano passado e este ano detém parcela de 15% do total captado, seguida das notas promissórias, com 11% (contra 14% no mesmo período de 2018). Em número de operações, as debêntures detiveram 35% do total, seguidas dos FIDCs com 18%.
Em junho, as estimativas das emissões no mercado de capitais doméstico – que ainda não contam com as demais ofertas públicas não encerradas – registraram um volume de R$ 33,4 bilhões; 18,3% abaixo do mês anterior. O destaque foi a distribuição secundária de ações (follow-on), que apresentou volume de R$ 13,8 bilhões, equivalente a 41% do total captado no mês. A captação por meio de IPOs foi de R$ 3,7 bilhões, correspondendo a 11% do total. Em relação à participação nas ofertas públicas de ações neste semestre, os investidores institucionais corresponderam à parcela de 52% do volume colocado contra 41% dos investidores estrangeiros. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o quadro era inverso: os investidores estrangeiros detinham 63,7% do total contra 28% dos institucionais.
Vale destacar que as notas promissórias também registraram captação mensal expressiva – R$ 11,6 bilhões – o que corresponde a 35% do total captado no mês. Esse resultado decorreu da emissão de uma única empresa, do segmento de energia elétrica, que foi responsável pela emissão de R$ 9,3 bilhões desse ativo.
As debêntures registraram em junho volume 94% abaixo do emitido em maio (R$ 1,7 bilhões contra R$ 28,6 bilhões), representando apenas 5% da captação total do mercado. No ano o total das emissões foi de R$ 84,6 bilhões contra R$ 77,5 bilhões do mesmo período de 2018, o que representa aumento de 9,3%. Como nos últimos três meses, não foram registradas emissões com esses ativos pela Instrução 400, sendo todas as seis colocações ocorridas no âmbito da Instrução CVM 476. Até o momento, não houve registro de colocação de debêntures incentivadas, emitidas por meio da Lei 12.431. Os investidores institucionais mantiveram até junho a maior parcela nas ofertas públicas de debêntures, com 63,48% contra 57,5% do mesmo período do ano anterior.
No mercado externo, ocorreram duas operações de renda fixa, com emissões de dívidas da Ultrapar e da CSN, no valor de US$ 675 milhões. No ano, o montante é de US$ 12 bilhões, ainda abaixo do que ocorreu no mesmo período do ano passado (US$ 12,3 bilhões).