Indústria de fundos registra captação líquida de R$ 8 bi no primeiro semestre
No primeiro semestre de 2022, a indústria de fundos alcançou R$ 8 bilhões em captação líquida, bem abaixo do registrado no mesmo período nos últimos cinco anos.
A classe de renda fixa apresentou R$ 88,8 bilhões em captação líquida de janeiro a junho de 2022. Com um cenário de aversão a risco e juros elevados, esses fundos tornaram-se atrativos. Entretanto, há também uma migração de pessoas físicas dos fundos para outros produtos de renda fixa, sobretudo para investimentos isentos de imposto de renda.
Os fundos de ações e multimercados totalizaram R$ 111,3 bilhões em saídas líquidas nos primeiros seis meses de 2022. Com a expectativa de que os juros permaneçam por mais tempo em níveis elevados, parte dos recursos dessas duas classes migrou para fundos de renda fixa, de perfil mais conservador.
Da classe das ações, saíram R$ 49,5 bilhões líquidos no primeiro semestre, fruto de um movimento pulverizado: cerca de 51% dos fundos apresentaram resgates no período. A maior contribuição veio do tipo ações livres, com captação líquida negativa de R$ 20 bilhões.
A saída de recursos dos fundos multimercados foi ainda maior frente aos fundos de ações, com retirada de R$ 61,8 bilhões até junho – as movimentações dessa classe também foram pulverizadas. Entre os tipos de fundos, o multimercado livre, um dos tipos mais representativos, exibiu o maior resgate da classe, na ordem de R$ 39 bilhões no semestre.
Em relação às rentabilidades no ano, dez dos 12 tipos da classe de ações apresentaram rentabilidade negativa. O menor rendimento ficou com as ações setoriais (30,35%). As performances dos tipos da classe multimercados ficaram entre -1,00% e 11,21%, vindas dos tipos estratégia específica e multimercados macro, respectivamente. Enquanto isso, 14 dos 16 tipos da classe renda fixa exibiram resultado positivo, com destaque para renda fixa duração alta grau de investimento, que performou 8,22%.