Fundos de renda fixa foram o destaque da indústria em 2021
Em dezembro, a indústria de fundos apresentou captação líquida negativa de R$ 102 bilhões. Esse resultado ocorreu em função de movimentos concentrados dos fundos de renda e FIDC. De toda forma, a indústria registrou saldo acumulado de R$ 369 bilhões no ano, 106% acima do que havia sido registrado no ano anterior.
Mesmo com a performance negativa em dezembro, os fundos de renda fixa foram o destaque positivo no ano ao captarem R$ 215 bilhões no período. Somente o tipo renda fixa simples captou R$ 153 bilhões, seguido do renda fixa duração baixa Grau de Investimento que captou R$ 66 bilhões. A alocação de recursos em carteiras mais conservadoras, sobretudo no segundo semestre, decorreu da combinação de uma maior aversão ao risco dos investidores, potencializada pelo início do ciclo de alta dos juros iniciado em março, o que permitiu oportunidades de investimento de menor risco e maior retorno. A maior rentabilidade da indústria no ano foi do tipo renda fixa duração alta grau de investimento (11,8%), o que confirma em alguma medida este movimento. Vale ressaltar que todos os tipos de fundos de renda fixa apresentaram retornos positivos em 2021.
Os multimercados também apresentaram resultado negativo em dezembro, na ordem de R$ 7,8 bilhões. Somente o tipo multimercados macro registrou captação negativa de R$ 3,6 bilhões no período. No ano, a classe multimercado registrou entrada de R$ 59,6 bilhões, bem abaixo do que foi observado no ano anterior (R$ 104 bilhões). A piora da percepção de risco do investidor comprometeu a alocação dos recursos nesta carteira. Somente no segundo semestre houve saída de R$ 31,5 bilhões contra uma captação líquida de R$ 91,1 bilhões no primeiro semestre.
Depois de captações médias na ordem de R$ 57 bilhões entre 2017 e 2020, os fundos de ações registraram entrada líquida de apenas R$ 206 milhões. O resultado anual foi prejudicado pelo forte resgate líquido de R$ 23 bilhões em janeiro/2021, um pouco antes do início do ciclo de alta de juros da economia. O destaque positivo foi o tipo Ações no Exterior que apresentou captação líquida de R$ 26 bilhões.
Os números do FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios), ainda que expressivos (entrada de R$ 77,1 bilhões), foram resultado de aportes de um único fundo, não representando movimentos generalizados de mercado.