Em maio, a indústria de fundos de investimento registrou resgates líquidos de R$ 47,2 bilhões. Com esse resultado, o segmento acumula uma perda de R$ 158,9 bilhões no ano, ultrapassando o resultado do ano de 2022. É o sétimo mês consecutivo de perdas mensais e com saídas líquidas nas principais classes da indústria.

A maior saída foi na classe renda fixa, na ordem de R$ 29,6 bilhões. Em seguida estão os FIDCs, com R$ 13,3 bilhões, porém o volume foi concentrado em um único resgate.  Como ocorreu em abril, entre os 16 tipos de carteiras de renda fixa, 11 apresentaram captação negativa. Somente os três tipos de maior PL registraram perdas de R$ 24,6 bilhões: o duração livre grau de investimento (R$ 11,0 bilhões) e o duração baixa grau de investimento e duração baixa soberano (R$ 6,8 bilhões cada).

Os volumes expressivos que vêm saindo da renda fixa – em 12 meses, a perda foi de R$ 220,5 bilhões – indica saques concentrados em determinados segmentos de mercado. No acumulado do ano, que vai até abril, o segmento middle market lidera com resgates de R$ 16,1 bilhões, seguidos do varejo alta renda e do conta & ordem, com captação negativa de R$ 15,6 bilhões e R$ 14,1 bilhões, respectivamente.  Os segmentos private e varejo tradicional também registraram saques na ordem de R$ 10,7 bilhões e R$ 4,7 bilhões, nesta ordem.

 Entre os multimercados, houve resgate líquido em maio de R$ 2,3 bilhões, depois de registrar uma saída média mensal de R$ 11,0 bilhões até abril.  A maior perda foi no multimercados macro (R$ 3,5 bilhões), enquanto o multimercado livre, de maior PL na classe, apresentou captação positiva de R$2,3 bilhões, mas ainda registra perda no ano de R$ 13,1 bilhões.  Em 2023 e em 12 meses, a captação líquida acumulada ficou negativa em R$ 46,7 bilhões e em R$ 76,3 bilhões respectivamente. 

Na classe ações, ocorreram perdas R$ 5,1 bilhões, concentrada na maior parte no tipo ações livre, que apresentou resgate líquido de R$ 3,4 bilhões em maio. No ano e em 12 meses, a perda foi de R$ 33,1 bilhões e R$ 16,5 bilhões, nesta ordem.

Entre os tipos com patrimônio líquido mais significativo na renda fixa, o duração baixa soberano e o duração baixa grau de investimento avançaram 1,09% e 1,12% respectivamente. Já o duração livre soberano e o grau de investimento valorizaram, nesta ordem, 1,19% e 1,22%. Nos multimercados, o tipo livre rendeu 1,31%. No segmento de ações, o tipo mais representativo, ações livres, avançou 6,8% em maio, o melhor resultado desde outubro/22.