Cresce a compra de debêntures entre os fundos e os investidores estrangeiros
Os fundos de investimento e os investidores estrangeiros ampliaram a compra de debêntures no primeiro trimestre de 2018. Do total desses papéis emitidos no período, os fundos adquiriram 49,8%, enquanto os investidores estrangeiros ficaram com 6,1%. Como comparação, em 2015, por exemplo, essas participações eram de 23,5% e de 2,5%, respectivamente. O cenário de queda de juros impulsionou os gestores de fundos a procurarem novos ativos para compor e diversificar as carteiras.
As companhias brasileiras captaram R$ 29,2 bilhões no primeiro trimestre de 2018 no mercado local. Desse montante, a maior parte dos recursos foi obtida com a emissão de debêntures, que alcançaram R$ 21,3 bilhões, ou seja, 73% do total captado. Além disto, as emissões representaram crescimento de 75% na comparação com o mesmo período de 2017 e de 150% contra 2016.
A fatia das debêntures compradas por investidores institucionais tem crescido substancialmente. Esses investidores, em especial os estrangeiros, têm grande potencial em contribuir para o dinamismo do segmento, a exemplo do que ocorreu com o mercado de dívida pública no Brasil, que, a partir da maior diversificação de investidores, passou a ter prazos mais longos de vencimento e aumento das negociações no mercado secundário. Há percepção de maior entendimento destes agentes sobre a importância da tomada de risco de crédito.
Pôde ser percebida, ainda, a ampliação da distribuição das debêntures a mercado. O percentual dos ativos distribuídos, em relação ao volume emitido pelas empresas, chegou a 51,7% no primeiro trimestre de 2018, superando o primeiro trimestre de 2017 (50%). Em todo o ano de 2016, das debêntures originadas, apenas 31,3% haviam sido efetivamente distribuídas.