Selic deve chegar a 9,25% neste ano, segundo economistas da ANBIMA
A Selic deve encerrar o ano em 9,25%, de acordo com o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ante uma projeção de 9,50% anteriormente. Para os economistas, o ritmo de queda de 0,50 pontos percentuais a cada reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) deve prosseguir até agosto e a taxa básica de juros deve se manter nesse patamar até dezembro.
“O cenário para a inflação neste início de ano é construtivo, com destaque para os preços dos alimentos, que devem impactar menos o IPCA do que em anos anteriores e, assim, abrir espaço para o Banco Central manter o ritmo de cortes nas próximas reuniões do colegiado. Ou até reduzir ainda mais o ponto terminal dos juros se a inflação e os núcleos permanecerem em uma trajetória confortável”, afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
Os economistas reduziram a estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2024 de 3,9% para 3,8%, portanto em um patamar inferior ao teto da meta de inflação estipulada para este ano (4,50%).
Para o PIB, a previsão de crescimento neste ano subiu de 1,6% para 1,7%. A avaliação do Grupo Macroeconômico é de que a atividade econômica pode surpreender positivamente, sobretudo devido à demanda doméstica, com o aumento da renda das famílias.
No câmbio, a projeção para o dólar ao final deste ano recuou de R$ 5,00 para R$ 4,90. No cenário externo, uma das questões discutidas é quando o Fed (Federal Reserve) deve iniciar o ciclo de queda dos juros. A maior parte dos economistas das casas estrangeiras avalia que o banco central norte-americano pode diminuir a taxa até julho --e alguns até levantam a possibilidade de que a redução tenha início já em março.
Na análise da política fiscal, a projeção para o déficit primário foi mantida em 0,80% do PIB. Já a previsão para a dívida bruta do setor público passou de 78,6% do PIB para 78% ao final de 2024.
Todas as análises do Grupo Consultivo Macroeconômico sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até 30 de janeiro.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.