Selic deve chegar a 13,75% ao final do ciclo de alta dos juros, segundo economistas da ANBIMA
O Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) projeta que o ciclo de alta dos juros levará a Selic ao patamar de 13,75% em maio de 2025. Na avaliação dos economistas, o Copom (Comitê de Política Monetária) vai aumentar a taxa em 0,75 ponto percentual nesta semana, atingindo então 12,0% em 2024, com mais um ajuste de 0,75 ponto percentual em janeiro e outros dois adicionais de 0,50 ponto percentual nas reuniões seguintes.
Para o final do próximo ano, a mediana das expectativas indica que a Selic chegará a 13,50%.
Em relação à inflação, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi revisada de 4,6% para 4,9% em 2024 e subiu de 4% para 4,8% em 2025, refletindo o aumento da demanda, impulsionada por uma política fiscal expansionista.
“O cenário ficou mais desafiador diante da percepção do mercado após o pacote fiscal anunciado pelo governo e, na nossa avaliação, o processo de reancoragem das expectativas de inflação deve levar mais tempo”, afirma Fernando Honorato, coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.
No câmbio, a estimativa para o dólar ao final do ano foi revisada de R$ 5,50 para R$ 5,90. Para 2025, a previsão subiu de R$ 5,50 para R$ 5,80.
Já para o PIB, a projeção de crescimento em 2024 passou de 3,10% para 3,40%, refletindo o desempenho da atividade econômica no terceiro trimestre, mais aquecida do que o esperado, e a estimativa para 2025 foi levemente ajustada de 1,98% para 2,00%.
Na análise da política fiscal, a previsão para a dívida bruta do setor público neste ano foi revisada de 78% para 78,10% do PIB e subiu de 81,60% para 82,00% em 2025.
A estimativa para o déficit primário de 2024 foi reduzida de 0,50% para 0,46% do PIB e está em 0,72% para 2025.
Todas as análises do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até 11 de dezembro.
Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico é composto por 26 economistas de instituições associadas à ANBIMA. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.