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Renda fixa tem a maior captação para um 1º trimestre desde 2012

São Paulo, 12 de abril de 2022 – O volume de captações no primeiro trimestre do ano chegou a R$ 105,2 bilhões, de acordo com a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O valor supera os R$ 102,8 bilhões captados no mesmo período de 2021 e estabelece um novo recorde na série histórica da Associação.

O destaque do primeiro trimestre do ano é a renda fixa. O relatório da ANBIMA mostra que as operações nesse segmento são responsáveis por R$ 89,1 bilhões (84,7%) do volume total de captações, com potencial de acréscimo de R$ 19,7 bilhões decorrentes de ofertas ICVM 400 que se encontram em andamento ou em análise.

+ Acesse o balanço de mercado de capitais do 1º trimestre

José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA, ressalta que o cenário internacional teve um papel importante no resultado da renda fixa no primeiro trimestre. “Temos um cenário desfavorável para emissões de títulos no mercado externo, diante da expectativa de aceleração da alta dos juros nos Estados Unidos, do fortalecimento do Real e da instabilidade gerada pela guerra na Ucrânia. Isso tem incentivado as companhias a levantarem capital no mercado doméstico, principalmente por meio de ofertas de debêntures”, afirma.

Debêntures batem recorde

O resultado do primeiro trimestre foi impulsionado pelas emissões de debêntures, que estabeleceram um novo recorde para esse período ao movimentarem R$ 55,9 bilhões. O valor é quase o dobro na comparação com os três primeiros meses do ano anterior.

Cinco ofertas de debêntures se destacaram ao captar, em conjunto, R$ 18,1 bilhões. Seus emissores foram: Claro (R$ 4,3 bilhões), Equatorial Energia (R$ 4 bilhões), Iguá RJ (R$ 4 bilhões), CCR (R$ 3,4 bilhões) e Localiza (R$ 2,5 bilhões). Os melhores meses para o mercado de debêntures foram fevereiro e março. Em cada um deles, as ofertas desse título corporativo levantaram mais de R$ 24 bilhões.

Os principais destinos dos recursos captados via debêntures foram capital de giro (34,2%) e refinanciamento de passivo (24,2%). Em relação aos subscritores, na comparação com o primeiro trimestre de 2021, os intermediários e demais participantes ligados à oferta reduziram sua participação de 62,9% para 51,6%. Por outro lado, os fundos de investimento mostraram-se mais interessados em adquirir esse instrumento, elevando sua participação de 24,7% para 36,6%.

“Vimos um maior apetite de fundos de investimento por títulos corporativos nesse primeiro trimestre, especialmente por debêntures incentivadas, o que contribuiu para que o volume de debêntures negociadas no mercado secundário chegasse a R$ 62 bilhões. Esse volume é superior ao volume negociado no início de 2020 e de 2021”, afirma Laloni.

O vice-presidente da ANBIMA também destaca o desempenho das notas comerciais, que tiveram a sua emissão desburocratizada pela Lei 14.195/21. Entre janeiro e março, as notas comerciais atraíram 25 companhias e levantaram R$ 9,9 bilhões, o que as torna o segundo título com a maior captação no mercado brasileiro.

Renda variável e mercado externo

Em renda variável, houve uma operação de follow-on (oferta subsequente de ações) no valor de R$ 6 milhões, realizada pela Allied Tecnologia. Existem seis operações não precificadas em análise pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Duas delas foram interrompidas momentaneamente devido ao cenário econômico: um IPO do setor da indústria e um follow-on do setor bancário. No mercado externo, nenhuma operação foi registrada em março.

 

Sobre a ANBIMA

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.