Prêmio de risco de inflação dos títulos prefixados com prazo de um ano chega a 1%
O prêmio de risco de inflação dos papéis prefixados (LTN e NTN-F) para o prazo de um ano ultrapassou 1% na semana passada, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O prêmio é a diferença entre expectativa de inflação embutida na taxa destes títulos e a expectativa de inflação dos próximos 12 meses, ou seja, ele expressa por quanto o investidor está disposto a adquirir o papel para se expor a esse risco. Quanto maior a expectativa de inflação, maior o prêmio.
“Esses resultados são reflexo da piora das expectativas da inflação nas últimas semanas por conta do início da guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem se refletindo nos indicadores acompanhados pela ANBIMA”, afirma Marcelo Cidade, economista da Associação.
Desde o dia 24 de fevereiro, quando começou o conflito, o ritmo de elevação dos prêmios disparou, saindo de 0,36% para 0,94% no dia 11 de março. Segundo Cidade, “com a incerteza da duração da guerra e o recente aumento dos combustíveis pela Petrobras, as expectativas deverão se manter elevadas para os próximos meses”.
Inflação
A inflação também deve se manter em patamar elevado. A projeção da ANBIMA para o IPCA de março, apurada no dia 11 deste mês pelo Grupo Consultivo Macroecomômico da Associação, aponta 0,94%, contra 0,60% daquela calculada em 23 fevereiro. Caso a projeção se confirme, a inflação no primeiro trimestre será de 2,51% contra 2,05% no primeiro trimestre do ano passado, tornando-se a maior taxa acumulada para este período desde 2016.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.