Mulheres sem filhos priorizam estudos como destino para os investimentos
Depois da casa própria, os estudos são o principal destino para os investimentos das mulheres sem filhos, especialmente as da classe C. É o que mostra pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), com apoio do Datafolha, para conhecer os hábitos e comportamentos de poupança dos brasileiros.
O levantamento aponta que fazer uma faculdade, realizar um curso de extensão ou de idioma é uma preocupação para 18% das mulheres sem filhos da classe C. Na classe A, a taxa cai para 13%, ficando ainda menor na classe B, com 8%. O uso do dinheiro para os estudos só fica atrás do objetivo de construir, comprar ou quitar a casa própria com 26%.
“A diferença de percentuais entre as mulheres de classes econômicas distintas chama atenção. Pessoas com menor renda têm maior preocupação com educação, provavelmente para se capacitarem e buscar uma colocação melhor no mercado de trabalho”, afirma Ana Leoni, superintendente de Educação e Informações Técnicas da ANBIMA.
O terceiro destino das economias das mulheres, depois da casa própria e dos estudos, é a formação de uma reserva financeira para encarar imprevistos (13%). Na sequência, vem o desejo de fazer uma viagem (9%). Esse último é a prioridade número um para as mulheres sem filhos que fazem parte da classe A, com 27%.
O comportamento das mulheres sem filhos é diferente daquelas que são mães, apesar de ambas colocarem a casa própria em primeiro lugar como destino das economias. Para as mães, o investimento nos estudos aparece apenas em oitavo lugar, com 4% de participação. Na frente estão outras prioridades como: fazer uma reserva financeira para segurança ou imprevistos (14%); deixar para o futuro dos filhos (9%); e fazer uma viagem (6%).
“Os momentos de vida dessas mulheres são diferentes, independentemente de suas condições financeiras. Ter uma reserva financeira para qualquer eventualidade é prioridade para as mães, que têm outras pessoas dependendo de sua renda, mas deveria ser o primeiro objetivo de todos”, afirma Ana.
Com relação aos 9% das mulheres que pretendem reservar o dinheiro para os filhos, Ana afirma que, apesar da preocupação ser legítima, a mulher precisa pensar, em primeiro lugar, na sua independência com a formação de reserva financeira, inclusive, para não depender dos filhos no futuro. “Na vida financeira devemos seguir as mesmas regras de segurança que ouvimos no avião: primeiro a máscara de oxigênio em você e depois no seu filho. Só será possível ajudar outras pessoas se você estiver bem”, afirma. Para ela, apenas a reserva garantirá a manutenção de tudo o que foi conquistado de forma planejada e consciente. “Destinar dinheiro para uma reserva pode ajudar em um momento de imprevisto, como a perda do emprego, ou mesmo na hora de aproveitar as oportunidades, por exemplo, fazer um curso”, disse.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.