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Investimentos dos brasileiros em títulos e valores mobiliários batem recorde e superam R$ 2 trilhões

O volume financeiro investido pelos brasileiros em títulos e valores mobiliários atingiu R$ 2 trilhões no primeiro trimestre de 2022, recorde da série histórica da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que começou em 2014. Esse saldo representa crescimento de 6,5%, ou R$ 123,5 bilhões, sobre os três meses imediatamente anteriores. 

A alta se deu tanto no segmento de varejo (7,4% no período) quanto no private (5,3%) – segmento que reúne clientes que têm, pelo menos, R$ 3 milhões em aplicações. No varejo, os destaques ficam para o aumento de 25,1%, ou R$ 24,6 bilhões, no volume alocado em LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e de 4,4%, ou R$ 22 bilhões, em CDB (Certificado de Depósito Bancário). 

No private, o destaque fica com a alta de R$ 22,6 bilhões aplicados em ações, seguidos de R$ 8,8 bilhões em LIG (Letra Imobiliária Garantida) e de R$ 8,2 bilhões em LCI (Letra de Crédito Imobiliário). Esses volumes representam variações de 5%, 20,7% e 19,5%, respectivamente.

Parcela de renda fixa se mantém na dianteira 

Os ativos de renda fixa foram responsáveis por 59,3% do patrimônio líquido dos clientes em março de 2022. Em dezembro de 2021, essa fatia era de 58,9% e de 58,1% no mesmo mês de 2020. A parcela de recursos alocada em renda variável chegou a 19,8% ao final do primeiro trimestre deste ano – no período imediatamente anterior, essa fatia era de 19,5% e de 20% no final de 2020.

Volume financeiro total avança 2,1%

O patrimônio líquido dos investimentos dos brasileiros registrou crescimento de 2,1% (R$ 94,5 bilhões) no primeiro trimestre, totalizando R$ 4,65 trilhões. Essa foi a mesma variação (2,1%) registrada no início do ano passado. 

“O resultado mantém inalterado o ritmo de crescimento verificado no primeiro trimestre de 2021 e confirma a tendência de recuperação frente à queda de 5,3% dos primeiros três meses de 2020, desempenho que foi impactado pelo início da pandemia no Brasil”, explica José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da ANBIMA.

O resultado do primeiro trimestre de 2022 foi alavancado pelo segmento private, cujo patrimônio líquido somou R$ 1,83 trilhão, um avanço de 3,1% sobre o trimestre anterior. O volume financeiro do varejo de alta renda cresceu 1,7% no mesmo intervalo, alcançando patrimônio de R$ 1,27 trilhão. O varejo tradicional teve variação positiva de 1,2%, chegando a R$ 1,54 trilhão. 

Na soma dos três segmentos, o número de contas teve alta 0,7% no período, ou 879 mil contas. O varejo tradicional chama atenção, uma vez que responde por 848 mil novas contas no período. “O crescimento no número de contas nesse segmento se explica, em parte, pelo pagamento das parcelas do Auxílio Brasil e pelo saque extraordinário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)”, diz Rocha. Vale lembrar que cada pessoa por ter mais de uma conta, então esse número não equivale a total de CPFs.

Região Centro-Oeste é a que mais cresceu em patrimônio líquido

Com exceção da região Norte, que ficou no zero a zero, as demais regiões brasileiras entregaram variações positivas no patrimônio líquido no primeiro trimestre de 2022. O Centro-Oeste foi a que mais cresceu em termos relativos, com alta de 5,4% ou R$ 12,2 bilhões. O Sul aparece na sequência, com montantes 2,7% superiores (R$ 21,1 bilhões adicionais). Em terceiro lugar está o Sudeste, com acréscimo de R$ 58,9 bilhões (alta de 1,9%), seguido do Nordeste, que cresceu 0,6% com acréscimo de R$ 2,3 bilhões. 

Confira os dados de varejo e private na íntegra.

Sobre a ANBIMA

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.