Investimento para a compra da casa própria tem alta entre a população brasileira pelo terceiro ano consecutivo
A 7ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, mostra que cresceu, pelo terceiro ano consecutivo, a intenção de investidores e investidoras em comprar um imóvel com os rendimentos das aplicações financeiras. De 29% das respostas em 2021, e 30% em 2022, passou para 33% em 2023. O sonho da casa própria é o principal destino apontado para o dinheiro desde a primeira edição do estudo, em 2017.
Manter os recursos aplicados é segunda opção mais escolhida pelos entrevistados, com 20% (patamar semelhante a 2022 e 2021). O uso do dinheiro em um negócio próprio recuou de 10%, em 2022, para 8% em 2023. Também houve queda de dois pontos percentuais na intenção de destinar o retorno dos investimentos para a educação, de 8% para 6%.
"Logo depois da pandemia, percebemos que aumentou a preferência da população em usar os recursos investidos para viagens e lazer. Em 2023, o quadro mudou e a casa própria volta a crescer na preferência das pessoas. Especialmente entre as mais jovens", explica Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da ANBIMA.
Viagens e aposentadoria estão entre os principais objetivos da classe A/B
No que diz respeito ao estrato social, a classe D/E se destaca em relação ao objetivo de ter uma casa própria, com 36%, comportamento que também é verificado na classe C (35%). O estudo revelou interesse maior da classe D/E em empreender (11%), seguida pela A/B (8%) e pela C (7%). Já a classe A/B tem preferência por viajar, passear e fazer atividades de lazer, além de investir na aposentadoria – ambos os objetivos com 14% das citações cada.
Gênero versus destino dos rendimentos
A compra da casa própria é o principal destino para os investimentos de mulheres e homens, com 34% e 32%, respectivamente. Em seguida, ambos os gêneros optam por manter o dinheiro aplicado (18% e 21%, na mesma ordem). As mulheres priorizam mais do que os homens o uso do retorno dos investimentos em viagens, passeios e lazer (13%) e em educação (7%). Eles, por outro lado, valorizam mais a compra de um carro ou uma moto (11%), o uso na aposentadoria (11%) e o investimento em um negócio próprio (10%).
Geração de boomers é a única que mantém o dinheiro investido à frente da compra da casa própria
Comprar um imóvel e ter a casa própria é o principal objetivo para o destino dos investimentos dos millennials (28 a 42 anos), com 37%, e das gerações Z (16 a 27 anos), também com 37%, e X (43 a 62 anos), com 32%. Já os boomers preferem manter o lucro aplicado (28%), comportamento que aparece em segundo lugar entreas pessoas de 16 a 42 anos. Comprar um carro ou uma moto (17%) e investir em um negócio próprio (11%) são escolhas com maior destaque entre a geração Z.
Dedicar o retorno dos investimentos para viagens, passeios e atividades de lazer é uma característica identificada, principalmente, entre os boomers (16%), mas a geração X também mostra interesse (11%), seguida dos millennials (9%). A geração X é a que apresenta o maior índice entre as demais (11%) no desejo de usar o retorno das aplicações para a aposentadoria.
Sobre o Raio X do Investidor Brasileiro
Esta é a sétima edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro, realizada pela ANBIMA em parceria com o Datafolha. As entrevistas aconteceram entre 06 a 24 de novembro de 2023, com abordagem pessoal e aplicação de questionário estruturado em tablet com 20 minutos de duração média, com 5.814 pessoas das classes A/B, C e D/E, de 16 anos ou mais, nas cinco regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de um ponto percentual, para mais ou para menos, dentro do nível de confiança de 95%.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.