Inflação acumulada em doze meses pode voltar para a casa de um dígito
Após a divulgação do resultado do IPCA de julho, que apresentou deflação de 0,68%, o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) revisou as projeções da inflação para agosto e setembro: de acordo com os economistas, a expectativa é de uma outra deflação de 0,23% neste mês, com elevação de 0,46% em setembro. Caso as projeções se confirmem, o IPCA poderá chegar em agosto a uma inflação acumulada de 8,87% em doze meses (em julho está em 10,07%), voltando para a casa de um dígito, o que não acontecia desde setembro do ano passado.
Para Marcelo Cidade, economista da ANBIMA, os resultados refletem as desonerações fiscais anunciadas pelo governo federal para conter os preços administrados, sobretudo dos combustíveis e da energia elétrica, e os efeitos defasados do ciclo de alta de juros, que podem estar impactando a atividade e os seus preços. “Mesmo com a redução da inflação acumulada em doze meses, o cenário ainda é desafiador pela combinação de incertezas no mercado doméstico e externo, o que deve manter os juros em patamares altos por mais tempo”, afirma Cidade.
Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico é composto por 24 economistas de instituições associadas à ANBIMA. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.