Indústria de fundos registra entrada líquida de R$ 34,2 bilhões em fevereiro
Os fundos de investimento registraram captação líquida positiva de R$ 34,2 bilhões em fevereiro, ante perda de 16,1 bilhões no mesmo período do ano passado, de acordo com a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Este é o segundo mês consecutivo em que as entradas superam os saques. Com isso, a captação acumulada no ano totaliza R$ 85 bilhões, frente a um desempenho negativo de R$ 38,4 bilhões no mesmo período do ano passado.
O resultado de fevereiro foi impulsionado principalmente pela classe de renda fixa, que alcançou captação líquida positiva de R$ 42,7 bilhões. Desse total, as maiores entradas foram registradas pelos fundos que aplicam recursos em ativos e derivativos de renda fixa (renda fixa duração baixa grau de investimento), no valor de R$ 14,5 bilhões, e pelos fundos que investem mais de 40% do patrimônio líquido no exterior (renda fixa investimento no exterior), no total de R$ 9,1 bilhões.
“Os resultados de fevereiro mostram que, apesar da trajetória descendente da taxa de juros, o atual patamar da Selic ainda mantém os fundos de renda fixa atrativos para o investidor”, afirma Pedro Rudge, vice-presidente da ANBIMA. “Mudanças regulatórias recentes que aumentaram a simetria tributária entre os produtos de investimento também tendem a beneficiar esses fundos. Com uma menor oferta de títulos isentos, é natural que o investidor avalie outras opções de alocação de recursos e os fundos de renda fixa podem ser uma alternativa interessante que proporciona liquidez”, acrescenta.
Os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) registraram a segunda maior captação em fevereiro, com entradas de R$ 4,2 bilhões, ante R$ 1,6 bilhão no mesmo mês do ano passado, uma alta de 261,6%. O resultado foi impactado por um único fundo, que captou R$ 3,3 bilhões. Em seguida, figuram os fundos de previdência com entrada líquida de R$ 3,2 bilhões.
Os fundos multimercados, por sua vez, tiveram resgates líquidos de R$ 5,9 bilhões em fevereiro. Os saques são inferiores aos registrados em janeiro deste ano, quando totalizaram R$ 16,5 bilhões, e aos alcançados em fevereiro do ano passado, no valor de R$ 14,5 bilhões. Já os fundos de ações sofreram retiradas de R$ 2,6 bilhões no mês, ante R$ 5 bilhões no mesmo período de 2023. As perdas de fevereiro deste ano, entretanto, superam as de janeiro, quando a captação líquida desta classe ficou negativa em R$ 1 bilhão. “Esses dados sugerem que estamos passando por um momento de redução na velocidade de resgates de fundos mais arriscados”, avalia Rudge.
Rentabilidade
Os fundos que investem em títulos de renda fixa com exposição a ativos de risco no mercado doméstico e internacional (renda fixa duração média crédito livre) tiveram rentabilidade de 1,1% em fevereiro, a melhor da renda fixa no mês. Considerando o tipo de fundo com maior patrimônio líquido desta classe (renda fixa duração baixa grau de investimento), no valor de R$ 787,1 bilhões, o rendimento foi de 0,87% no mês.
No grupo dos multimercados, os fundos do tipo estratégia específica se destacaram com 2,35% de retorno. É a melhor rentabilidade dentre todos os tipos de fundos no mês de fevereiro. No acumulado do ano, eles também aparecem na liderança, com rentabilidade de 2,91%.
Já os fundos de ações que, em janeiro registraram rentabilidade negativa nos seus 12 tipos, só apresentaram retorno negativo neste mês nos tipos ações setoriais e mono ação.
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A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.