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Guia da ANBIMA sobre sustentabilidade no mercado traz recomendações para gestoras implementarem políticas ASG

As instituições financeiras que têm interesse em adentrar o universo ASG (critérios ambientais, sociais e de governança) podem contar com uma referência no assunto. A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) acaba de lançar o Guia ASG – Incorporação dos aspectos ASG nas análises de investimentos.

A publicação destaca a importância da adoção desses critérios, traz o panorama atual da utilização no Brasil e no mundo e lista recomendações mínimas que devem ser observadas pelas gestoras na implementação de políticas ASG. Entre elas, está a elaboração e divulgação de documento com algumas informações, por exemplo: lista dos fundos que aderem à política, total de ativos ASG sob gestão, funcionários responsáveis pela gestão, fatores considerados (ambiental, social e/ou econômico), indicadores, processo de monitoramento, governança adotada, entre outras.

“O tema sustentabilidade nunca esteve tão em alta e o mercado financeiro tem papel essencial neste debate que envolve não apenas a indústria de investimentos, mas toda sociedade”, afirma Zeca Doherty, superintendente-geral da ANBIMA. Os benefícios dessa prática para o mercado envolvem a antecipação de avaliações de risco das companhias; a atração de investidores estrangeiros e institucionais; e a aproximação de clientes mais jovens, que enxergam valor em investimentos feitos com propósito. “As vantagens para a sociedade também são inúmeras.  Ao direcionar recursos para empresas que geram impactos positivos do ponto de vista socioambiental e de governança, cria-se um círculo virtuoso em favor da sustentabilidade. Todos ganham”, opina Doherty.

O panorama dos investimentos ASG no Brasil e no mundo são diferentes, conforme mostra o guia. Por aqui, apenas 20% dos gestores possuem política específica para tratamento de investimento responsável, de acordo com pesquisa de sustentabilidade da Associação realizada em 2018. O mercado internacional está em outro patamar. A expectativa é que, nos próximos anos, os investimentos sustentáveis sejam o tipo mais representativo na Europa. Atualmente, isso já acontece em países como Austrália, Canadá, Estados Unidos e Japão.

As regulações locais e internacionais também estão em estágios distintos. No Brasil, apesar de diversas iniciativas para adoção de boas práticas, há duas principais resoluções do CMN (Conselho Monetário Nacional) que tratam do tema (4.327 e 4.661) voltadas para as instituições financeiras e para os fundos de pensão, sendo que só a primeira tem caráter obrigatório. Não há ainda nenhuma regulação específica para fundos de investimento. Enquanto no exterior, está em andamento a criação de diversas normas que exigirão padrões mínimos sobre o tema, com destaque para a Diretiva União Europeia 2016/2.341. Em breve, ela tornará obrigatória a divulgação, por parte dos investidores institucionais e gestores de recursos, de como abordam as questões ASG em suas análises de risco.

Próximos passos

Além do guia e do Grupo Consultivo de Sustentabilidade, a ANBIMA encabeça diversas iniciativas relacionadas ao assunto. A pesquisa que mensura o grau de engajamento das instituições financeiras aos critérios ASG é realizada a cada dois anos. A próxima será divulgada em neste ano. Ela mostra o número de funcionários envolvidos com o tema, as metas e os objetivos adotados com a integração ASG, o percentual de ativos em relação ao patrimônio líquido, a abordagem utilizada etc. Além disso, a Associação participa de ações em parceria com outras instituições, como o LAB (Laboratório de Inovação Financeira), promovido pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), pela CVM e pela ABDE (Associação Brasileira de Desenvolvimento).

 

Sobre a ANBIMA

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.