Cresce em 70% o número de pessoas físicas que investem em FIDCs
São Paulo, 29 de julho de 2024 – As pessoas físicas passaram a investir mais em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) em 2024, segundo relatório da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais) que estreia hoje no ANBIMA Data trazendo uma análise da evolução de diversos setores do mercado. A primeira edição, focada nos FIDCs, mostrou que esse tipo de cotista cresceu 70% comparado ao final de 2023, chegando a cerca de 37,8 mil pessoas.
“A Resolução 175 da CVM abriu as portas para que investidores em geral entrassem nesse produto, que antes era voltado especificamente para investidores profissionais e qualificados. Nossa expectativa é que a adaptação do estoque de FIDCs às novas normas, que acontecerá em novembro deste ano, abra espaço para um crescimento ainda maior que o registrado até aqui” comentou Sergio Cutolo, diretor da ANBIMA.
Entre os cotistas, além dos investidores pessoa física, destaca-se um grupo específico que tem mostrado tendência de aumento tanto em quantidade quanto em patrimônio: os fundos de investimento. Eles são o segundo maior público com cotas de FIDCs.
Atualmente, 75% dos FIFs (Fundos de Investimento Financeiros) que investem nesse produto mantêm no máximo 10% do patrimônio líquido aplicado em FIDCs, proporção que se manteve estável na comparação com 2023.
Ainda em relação aos cotistas, o relatório chama atenção para os fundos abertos que investem em FIDCs fechados. Para o investidor final, esse tipo de investimento pode oferecer risco de liquidez, devido às possíveis dificuldades do fundo aberto para atender a pedidos de resgate. Ainda assim, essa modalidade segue em crescimento. Em maio de 2024, havia 1.656 fundos desse tipo, ante 1.189 em janeiro de 2023, representando um avanço de 39%.
Tipos de FIDCs
As carteiras que não têm compromisso de concentração em um segmento específico (do tipo FIDC Multicarteira Outros) destacam-se com o maior patrimônio líquido: R$ 123,6 bilhões.
Enquanto isso, os FIDCs de Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) mostram crescimento acelerado, saindo de 15 fundos existentes em janeiro de 2023 para 40 em maio desse ano.
Liquidez
Em maio, 71,6% dos ativos de FIDCs abertos tinham liquidez superior a 360 dias. Ou seja, em períodos de estresse e grandes ondas de resgate, os gestores desses fundos podem ter dificuldades em liquidar seus ativos e honrar a demanda de seus cotistas. No final de 2023, o percentual era de 65,6%.
Apesar da alta comparada a 2023, o resultado é inferior aos níveis de 2022 e 2021 (80,9% e 85,2%, respectivamente).
Relatório de Análises de Mercado
Confira mais detalhes sobre o panorama do setor dos FIDCs na primeira edição do Relatório de Análises de Mercado, publicada hoje no ANBIMA Data (plataforma de dados e estatísticas do mercado de capitais da ANBIMA).
O relatório tem o objetivo de contextualizar investidores e profissionais sobre o cenário de setores do mercado de capitais, com dados da CVM e da ANBIMA. Publicado periodicamente, cada edição focará em um produto específico, mostrando a evolução do mercado e trazendo insights sobre potenciais riscos e oportunidades para o futuro.
+ Confira o relatório na íntegra
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.