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ANBIMA Summit: Ian Bremmer e temas da indústria de gestão de recursos são destaques do primeiro dia de evento

Estados Unidos e China, as duas maiores potências econômicas globais, estão focadas cada vez mais na resolução de questões internas, o que impõe desafios para a resolução problemas que afetam todo o mundo, como as mudanças climáticas e o aumento da pobreza. A análise é de Ian Bremmer, fundador e presidente do Eurasia Group, apresentada ontem no primeiro dia do ANBIMA Summit, realizado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Os EUA ainda são a nação mais poderosa do mundo, mas também a mais dividida e disfuncional politicamente, além de uma das mais desiguais economicamente entre os grandes países desenvolvidos, disse o cientista político. Ao mesmo tempo, a China é uma das nações autoritárias mais bem consolidadas e politicamente estáveis. E neste cenário, em que as duas maiores potências não confiam uma na outra, fica cada vez mais difícil responder às crises globais que surgem atualmente, seja a pandemia de Covid-19, a resposta ao aquecimento global ou a garantia de estabilidade e desenvolvimento econômico ao redor do mundo.

"Essas duas realidades se tornaram mais evidentes após quase dois anos de pandemia", afirmou. "Isso não significa que não haverá progresso, mas ele será muito diferente do que víamos décadas atrás, quando organismos como a OMC, o FMI e a ONU tinham uma relevância muito maior na coordenação de ações".

Para Bremmer, não se pode esperar que as nações mais poderosas do mundo definam juntas estratégias de enfrentamento aos grandes problemas que acometem o planeta, como acontecia no passado com o G7 e o G20. Em compensação, outros agentes estão atuando em resposta a estes desafios: "países europeus, bancos, empresas, ONGs e pessoas já são muito mais ativos do que no passado. Há duas décadas, os governos faziam muito mais do que o setor privado. Hoje, é o setor privado que está na frente", disse Bremmer.

O foco de Washington e Pequim nas questões internas de seus países, como os investimentos no mercado consumidor doméstico e a melhora dos padrões de vida de suas populações, enfatiza um cenário geopolítico em que as duas nações líderes do mundo seguem valores muito diferentes em relação a diversos aspectos econômicos e sociais. Bremmer ressalta que EUA e China ainda mantêm uma forte interdependência, mas há um processo de desassociação entre eles: "isso não significa que veremos uma guerra fria".

Para ele, a forte ligação econômica entre EUA e China compõe um cenário em que países em desenvolvimento, como os da América do Sul, não precisam escolher a qual se associar, podendo trabalhar com os dois. Isso não descarta os desafios econômicos que o Brasil deve enfrentar quanto à redução de investimentos externos e crescimento mais lento.

Agenda da indústria de gestão de recursos
A abertura do ANBIMA Summit também foi marcada pela apresentação dos grandes temas que serão discutidos nos próximos dias de evento, a exemplo da adoção da agenda ASG (ambientais, sociais e de governança) pelo mercado de capitais, as novas regras para a indústria de fundos, o open finance e a popularização dos influenciadores digitais de investimento. Carlos Ambrósio e Zeca Doherty, presidente e superintendente-geral da Associação, abordaram a pauta da ANBIMA para esses assuntos.

Para Ambrósio, mesmo com as seguidas altas da taxa de juros, os brasileiros devem manter a diversificação de seus investimentos: "acredito que haverá um rebalanceamento das carteiras, com mais demanda por renda fixa, mas a tendência de interesse e procura (por outras classes de ativos) continua", disse.

Sobre o desenvolvimento das práticas ASG, Zeca Doherty entende que o tema não está maduro o suficiente, no Brasil e no exterior, e que o estágio atual é de entendimento e aprendizado para a aplicação dos princípios nas diferentes indústrias - incluindo o mercado financeiro e de capitais. A ANBIMA está antenada a essa agenda. Desde 2008, fundos ASG contam com uma classificação própria. No início de 2020, foi lançado um guia ASG para a indústria de asset management com os principais princípios a serem seguidos. "Com a pandemia, o tema esquentou. Fizemos recentemente uma pesquisa sobre ASG para avaliar a maturidade dos agentes de mercado. Incluiremos conteúdo ASG nas nossas certificações, para os profissionais de mercado, e também nos materiais para investidores", contou.

Influenciadores - Carlos Ambrósio destacou o interesse da Associação em entender a fundo quem são os influencers de investimento, quais os temas mais abordados e como interagem com seus públicos. Em parceria com o IBPAD (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados), foi publicado no início de 2021 um estudo inédito que mapeou 266 influencers e uma audiência de 74 milhões de seguidores. "Em um cenário de juros mais baixos, as pessoas procuram trabalhar seus recursos de maneira mais eficiente e o influenciador ajuda a atender essa demanda, essa sede por informação e conhecimento", pontuou.

Open finance - Durante o painel de abertura do evento, Zeca Doherty também destacou as vantagens do open finance, inovação que permitirá o compartilhamento de informações dos investidores entre diversas instituições, garantindo uma oferta mais assertiva de produtos e serviços. "A primeira oportunidade para as instituições é melhorar o relacionamento e a comunicação com o cliente. A instituição também poderá sair do básico e conhecer melhor o perfil do investidor, oferecer novos produtos e uma carteira diferenciada. Uma terceira oportunidade é que a própria instituição pode ter no open finance uma nova forma de receita, fazer parcerias com fintechs e com empresas de informação", opinou.

Fim da assimetria regulatória - Em um momento em que cresce o apetite dos investidores brasileiros por ativos no exterior, as expectativas são otimistas em relação à revisão das regras dos fundos a cargo da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Especificamente, pelo fim da assimetria regulatória entre os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) e os fundos locais. Pelas regras atuais, o investidor de varejo pode alocar 100% dos seus recursos em BDRs, mas só pode investir em fundos que alocam 20% dos recursos no exterior. "A expectativa é que acabe essa assimetria. Acreditamos que é muito importante dar ao gestor profissional a possibilidade de oferecer ao investidor de varejo um fundo 100% alocado no mercado externo, o que pode ser uma porta de entrada para uma diversificação muito eficiente", afirmou Carlos Ambrósio.


Programação de hoje (26 de outubro)
10h00
• O que está por vir no cenário econômico brasileiro?
• Por dentro da mente do investidor estrangeiro: o que pensa do Brasil e dos mercados emergentes
18h30
• O que o mundo pós-pandemia reserva para a economia com Nouriel Roubini

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Sobre a ANBIMA

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.