ANBIMA revisa taxa Selic de 2022 para 12,75%
São Paulo, 16 de março de 2022 – A inflação e os juros devem se manter em patamar elevado por mais tempo, diante das incertezas geradas pelo conflito na Europa. Essa é a principal conclusão do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira de Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). A percepção é de que o Banco Central estava prestes a reduzir o ritmo de aumento dos juros – ou até mesmo declarar o fim do ciclo de alta – quando a guerra eclodiu. A atual conjuntura levou o grupo a revisar a taxa Selic de 2022 de 12,00% para 12,75%.
Em sua segunda reunião, o Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central) deve elevar os juros para 11,75%, com alta de 1%. Mais dois aumentos de 0,5% estão previstos nos encontros de maio e junho. Mas não há consenso em relação à taxa para o final de 2022: a mínima e a máxima da Selic para 2022 ficaram entre 10,75% e 13,75%, o que reflete o grau de incerteza dos economistas diante da nova conjuntura.
Inflação
Ainda que não exista clareza quanto aos desdobramentos e à duração do conflito entre Rússia e Ucrânia, a expectativa é de alta da inflação. De imediato, a elevação dos preços das commodities, sobretudo o petróleo, foi o principal canal de contágio na economia brasileira e fez com que os economistas revisassem as projeções de inflação desse ano de 5,2% para 6,3%. Existem casas que estimam que o IPCA chegue a 7,0%, refletindo a deterioração das expectativas.
Câmbio
Em relação à projeção da taxa de câmbio para 2022, a revisão foi de R$ 5,60 para R$ 5,30, o que corresponde a uma apreciação do Real de 5% no ano. É a primeira vez que o grupo reduz a taxa de câmbio desde a reunião de julho de 2021. A mudança foi motivada pela valorização de commodities da pauta exportadora brasileira no mercado internacional e pela recente entrada de recursos de investidores estrangeiros.
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A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.