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O que você precisa saber:
Nas últimas duas décadas, criamos e aprimoramos o nosso programa de certificação, que tornou-se uma referência no mercado financeiro no Brasil. O reconhecimento deve-se ao fato de que as certificações sempre acompanharam as necessidades de conhecimento dos profissionais e as demandas dos investidores. E é o olhar criterioso sobre a evolução desses dois aspectos diante das profundas transformações do mercado de distribuição de investimentos que nos motiva a propor a revisão de nossas certificações CPA-10, CPA-20 e CEA. Elas habilitam os profissionais a fazerem desde o primeiro atendimento aos clientes até oferecerem produtos de investimento.
Para embasar essa iniciativa, realizamos, em parceria com a Deloitte, um estudo para ouvir as demandas do mercado sobre as certificações, entender como os profissionais veem exercendo suas funções e as habilidades técnicas e interpessoais que precisam ter para desempenhar suas atividades. Além disso, mapeamos as características e o funcionamento das certificações no Brasil e em mercados internacionais.
Aqui você encontra os principais destaques do estudo e a nossa proposta para a revisão das certificações CPA-10, CPA-20 e CEA
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Brasil vs. exterior No Brasil, as certificações são oferecidas por associações e podem ser divididas em trilhas que variam de acordo com o cargo e a instituição que o profissional trabalha.
Essa estrutura vai de encontro à tendência internacional. Em países como os Estados Unidos e Europa, as certificações são centradas nas funções realizadas pelos profissionais. Quando esse direcionamento é adotado, a certificação torna-se uma aliada para evitar sobreposição de atividades e mitigar riscos de compliance, como, por exemplo, funcionários exercendo funções que extrapolam a descrição oficial de seus cargos ou que ferem a regulação.
O quadro a seguir mostra as diferenças entre os programas de certificação no Brasil e em mercado internacionais.
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Cargos diferentes, atividades semelhantes A evolução do mercado de distribuição impactou diretamente a forma como os profissionais atuam e estão organizados. Segundo o levantamento da Deloitte, em 2022, eles ocupavam cerca de 40 cargos, nomeados de diversas formas, de acordo com o tipo de instituição contratante.
Por isso, para facilitar a análise das funções dos profissionais (job analysis), o estudo dividiu cargos com atividades e responsabilidades em comum em seis arquétipos: agente comercial; gerente de relacionamento; assessor de investimento; banker; administrador/consultor de valores mobiliários; e especialista de valores mobiliários.
Feita essa divisão, foi a vez de entrevistar lideranças e colaboradores que representam cada um desses arquétipos para descobrir como atuam e quais são suas responsabilidades, considerando uma jornada de distribuição de investimentos dividida em cinco etapas: prospecção e análise do perfil do investidor; análise de portfólio; recomendação de investimento; compra e venda de ativos e monitoramento da carteira.
Quando esses arquétipos são confrontados com a jornada de distribuição de investimento, três conclusões ficam evidentes: -
Demandas do mercado Para identificar como aprimorar as nossas certificações, fizemos mais de 50 entrevistas com profissionais de mercado. Nesse processo, algumas opiniões em comum se destacaram. Uma delas é que nossas certificações deveriam estar pautadas pelo exercício de atividades, e não por cargos específicos, em sintonia com a tendência internacional.
Além disso, diante das rápidas transformações do mercado de distribuição de investimentos, os entrevistados consideram que as provas das certificações deveriam ser atualizadas em espaços mais curto de tempo e testar não apenas os conhecimentos técnicos dos profissionais, mas também suas habilidades interpessoais.
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Novas certificações Com base nessas descobertas, estamos propondo uma nova arquitetura para as nossas certificações de distribuição de investimentos. Ela prevê três tipos de certificações, que estão sendo chamadas no estudo de A, B e C (saiba mais). As siglas são fictícias e servem apenas para facilitar o entendimento sobre a estrutura sugerida.
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EVOLUÇÃO DOS EXAMES E Educação continuada Com a nova arquitetura, o modelo de avaliação dos profissionais também muda, com o objetivo de preparar ainda mais quem atua no mercado financeiro. As provas passarão a testar não só os conhecimentos técnicos dos candidatos, mas também a sua capacidade de aplicar a teoria em casos práticos e de demonstrar soft skills importantes para o exercício de suas funções.
Além disso, pensando na qualificação contínua dos profissionais, lançamos, em junho de 2023, o ANBIMA Edu, nosso aplicativo educacional. Gratuito, ele apresenta os conteúdos divididos em jornadas de aprendizagem. Dentro de cada uma delas, os materiais são oferecidos em formatos diversos: vão de vídeos curtos a podcasts e quizzes, permitindo o aprendizado de forma dinâmica e interativa. Ao concluir uma jornada, é liberada a microcertificação, ou seja, um selo digital que valida a especialização do profissional sobre aquele assunto.
Com base nos feedbacks coletados, o ANBIMA Edu continuará evoluindo e a proposta é que, no futuro, ela disponibilize microcertificações dos principais conteúdos cobrados em todas as nossas provas das certificações.