Introdução
A quarta edição da pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro ganha caráter único em função do período que retrata. O ano de 2020 foi marcado pela pandemia de coronavírus, que mudou o mundo, com impacto sobre os negócios e a dinâmica de consumo e renda, entre tantos outros aspectos. Soma-se a isso o ambiente de juros baixos que prevaleceu ao longo de todo ano.
A pandemia mudou os hábitos das pessoas, provocou perda de renda para parte da população e levou outra parcela a gastar menos. Em 2020, o número de investidores caiu pela primeira vez desde que a pesquisa é feita. O recuo foi puxado pela saída da classe C. Também pela primeira vez a poupança perdeu adeptos, enquanto todos os outros produtos financeiros foram mais utilizados.
O Raio X do Investidor Brasileiro, em parceria com o Datafolha, chega à quarta edição. A seguir, você conhece a pesquisa com os principais dados de 2020, coletados entre novembro e dezembro por meio de 3.408 entrevistas, abrangendo as cinco regiões do Brasil. Baixe o relatório completo clicando aqui.
Quem é o investidor brasileiro?
No total da amostra da população brasileira, encontramos pessoas que investem em produtos financeiros e outra parcela que direciona recursos para imóveis, estudos ou negócio próprio. Para efeito deste levantamento, foi isolada a população que investe em produtos financeiros. É a partir dela que é traçado o perfil do investidor, que corresponde a 40% da amostra.
Veja o resumo do perfil no quadro abaixo a seguir:
Onde estão os investimentos do brasileiro?
Os brasileiros estão usando mais os produtos financeiros como opção de investimento. Ações, títulos privados e fundos ganharam participação no portfólio dos investidores em 2020, enquanto a caderneta de poupança perdeu espaço pela primeira vez em quatro anos, desde que a ANBIMA realiza pesquisa com a população economicamente ativa das classes A, B e C em todo o País.
Dentre os brasileiros que investiram em 2020, 53% deles colocaram o dinheiro em produtos financeiros. Pela primeira vez, os produtos financeiros ultrapassaram a soma de todos os outros destinos dados para as economias, alcançando uma população estimada em 20 milhões de brasileiros.
Como os brasileiros conseguiram poupar
A redução dos gastos com viagens, festas, idas a bares e restaurantes favoreceu a formação de uma poupança involuntária por parte da população brasileira em 2020. Para 56% das pessoas que conseguiram guardar algum dinheiro no ano passado, essa foi a principal fonte de economia. Um ano antes, quando não havia pandemia, apenas 34% das pessoas que economizaram apontaram a redução desses gastos como origem dos recursos poupados. Isso significa que, enquanto em 2019 em torno de 12 milhões de brasileiros disseram economizar em razão de corte de gastos, em 2020 o total saltou para mais de 20 milhões de pessoas.
O impacto da pandemia e do distanciamento social sobre a forma como os brasileiros economizaram dinheiro foi tão significativo que 7% deles - ou algo próximo a 2,5 milhões de pessoas - afirmaram que guardaram porque “não tinham onde gastar”. Confira no quadro a seguir.
Digitalização do investidor avança na pandemia
Os meios digitais ganharam espaço na hora de fazer investimento. Em 2020, pela primeira vez, o aplicativo do banco foi a solução mais utilizada, ultrapassando a ida presencial à instituição, que liderava nos dois anos anteriores. O uso do aplicativo mais do que dobrou em 2020, passando de 30% para 62% na preferência como meio para uma aplicação financeira. A visita presencial à agência caiu de 71% em 2019 para 55% um ano depois.
Todas as outras formas de investimento a distância também apresentaram crescimento significativo, como site do banco ou corretora e por telefone.
Como o brasileiro prevê sua renda na aposentadoria
Cresce o número de pessoas que esperam contar com aplicações financeiras e com o próprio salário para compor a renda depois de aposentadas, ao mesmo tempo em que vem diminuindo a proporção das que esperam contar com recursos do INSS.
A pesquisa também identificou que é grande a diferença de percepção entre aposentados e não aposentados quando o assunto é a vida financeira. Enquanto os que já se aposentaram admitem que o padrão de vida piorou e os gastos aumentaram, quem ainda está na ativa projeta uma vida financeira melhor e com gastos estáveis ou em queda.
Gráficos Interativos
A pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro chega em sua 4ª edição com uma novidade: um espaço interativo para que as pessoas possam conferir o estudo de acordo com o seu objetivo de análise.
Abaixo são apresentados gráficos com dados das pesquisas de 2018, 2019 e 2020. É possível aplicar filtros para informações como: dados demográficos; perfil do investidor de acordo com o produto de investimento; aposentados ou não aposentados, entre outros. Para isso, selecione o ano na caixinha à direita: